A sequência de ataques e ameaças à escolas em todo o Brasil preocupa pais, responsáveis, professores e autoridades. Com mais um
Em entrevista ao programa Itatiaia Agora, a professora da Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), Valéria Oliveira, afirma que colocar armas no ambiente escolar, seja na mão de profissionais de segurança ou professores, não é a solução. Ela traz como exemplo a violência recorrente nos Estados Unidos.
“Não existe nenhum país onde haja mais problemas com massacres em escolas atentados à escolas do que os Estados Unidos. Existem escolas onde essas medidas já foram colocadas em prática e, mesmo assim, os casos não se encerram. Então esse tipo de intervenção não é suficiente.”
A especialista reforça que ataques como o
“É preciso antecipar esses eventos, porque muitos casos são anunciados antes nas redes sociais. Há um caminho de prevenção que passa por uma atuação sistêmica de várias autoridades.”
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Para Valéria, a instalação de câmeras e a proteção de muros podem ser eficientes para identificar autores de crimes contra o patrimônio, mas podem não ser muito úteis em ataques violentos.
“A racionalidade é outro aspecto que ajuda a explicar porque fatores ligados à prevenção física tendem a não ser totalmente efetivos para esse tipo de evento. O importante é entender que a violência na escola, assim como na sociedade, é adversa, e é importante trazer o debate para o campo das políticas públicas, para se planejar intervenções adequadas para cada tipo de violência.”
Atenção às redes sociais
Assim como
“Esses ambientes, como fóruns, são extremamente positivos para as pessoas se conectarem, mas também conectam pessoas com circunstâncias em comum. O desafio que não é só brasileiro mas do mundo todo é descobrir formas de regulação, de controlar essas redes, já que muitas vezes elas argumentam não ter responsabilidade sobre os conteúdos publicados.”
Valéria também conta que o
“A pandemia no contexto escolar foi um fenômeno extremamente desafiador. O retorno às aulas e o processo de socialização foi comprometido durante este momento de restrição e esse é um fator que interfere, assim como o agravamento dos discursos de intolerância e violência nas redes sociais.”