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Criança morta em Mateus Leme com sinais de abuso sexual tinha hidrocefalia; pai nega crime

Agatha passou mal durante o fim de semana e foi levada para uma UPA pelo pai e mãe; médico encontrou sinais de abuso sexual

A criança foi atendida na UPA de Mateus Leme antes de morrer

O corpo da menina Agatha Anita Nóbrega de Souza, de 4 anos, deve ser liberado do Posto Médico Legal de Mateus Leme na tarde desta segunda-feira (10). A menina morreu neste domingo (9) na cidade da região metropolitana de Belo Horizonte após ser levada para UPA pelos pais. O médico responsável acionou as autoridades após perceber possíveis indícios de abuso sexual no corpo da criança.

A família de Agatha, a mãe de 30 anos, o pai de 48, e o meio irmão, de 14 anos, ficaram detidos e foram ouvidos na delegacia, sendo liberados após o delegado não ver elementos que justificassem a prisão. A ocorrência foi registrada, também, como abandono de incapaz.

À Itatiaia, o pai da vítima negou as acusações e afirmou que ele e a mãe estiveram ao lado dela durante todo o fim de semana, enquanto estava sob cuidados médicos. O homem contou, ainda, que a menina sofria de hidrocefalia e começou a passar mal na sexta-feira (7) depois de comer chocolate e sorvete. Ela chegou a ser liberada do hospital no sábado (8), mas voltou a se sentir mal de madrugada.

“Sempre estive perto e a mãe dela também estava, como era no final de semana estava mais tranquilo, os dois podiam ficar no quarto, porque lá não pode ficar dois acompanhantes. Aí ela melhorou mais e começou a dormir, como eu vi que ela estava bem eu saí e fui ligar para as minhas filhas, pra avisar que ela tá melhor. Quando eu voltei eu vi a mãe dela gritando que ela estava roxa, rosto roxo, a boca roxa, parecia que ela estava morta”, relatou o pai da Aghata.

O homem afirma, ainda, que em nenhum momento o médico compartilhou com ele ou com a mãe da menina sobre as suspeitas de abuso sexual. Ele ficou sabendo apenas quando foi procurar a polícia para pedir que fosse feito um laudo para descobrir a causa da morte da filha.

“Ele [o médico] só me informou pra me procurar funerária e que a gente não podia ver o corpo dela. Ele perguntou se eu queria procurar o IML para saber qual causa da morte e, chegando na polícia, a viatura estava perguntando pelo pai da Ágata para fazer a ocorrência”.

O pai explicou, ainda, que Agatha sempre andava acompanhada e frequentava o Apae.

“Geralmente ela não sai sozinha, sempre alguém a acompanha. Ela vai ao Apae toda semana e eu ponho duas fraldas dentro da bolsa dela, toda semana a professora dela troca ela, se algo estivesse errado ela ia desconfiar”.

A família agora aguarda a liberação do corpo do Posto Médico Legal em Mateus Leme para decidir sobre o velório e sepultamento da menina. O laudo que deve indicar a causa da morte da Agatha ainda não foi finalizado. A Polícia Civil investiga o caso.

Entrevista feita pelo repórter Felipe Quintella