Em meio às badaladas agências de carros importados, como Ferrari e Porsche, uma cena inusitada, daquelas vistas apenas em Belo Horizonte, chamou atenção de quem passou pela movimentada avenida Barão Homem de Melo, região Oeste de Belo Horizonte, no fim da manhã desta quinta-feira (6): o carroceiro ‘Gera, de 63 anos, precisou interromper a viagem de retirada de entulhos para trocar um dos pneus da carroça.
O contratempo não tirou o bom humor do trabalhador, que mora no Morro das Pedras e se orgulha de ter criado um ‘monte de filho’ (seis) graças à carroça. Ele brincou que não gasta com gasolina, mas disse carregar chave de rodas sempre, uma vez que o pneu fura com frequência. “Acontece direto. Arrumo o macaco emprestado, tiro o pneu e levo na borracharia”, disse Gera, enquanto fazia os últimos ajustes para seguir viagem com o cavalo Baloteiro, seu companheiro fiel de trabalho.
Uma lei municipal permite a ação carroceira em Belo Horizonte até 2031. “Roda desembolado”, frisou Gera antes de subir na carroça e seguir viagem.
Doação
Quem planeja ter um cavalo pode tentar adotar por meio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Conforme o Executivo municipal, são animais resgatados em vias públicas da capital mineira que passaram por maus-tratos ou condições irregulares de tutela.
A prefeitura recolhe cerca de 100 animais de grande porte em vias públicas de Belo Horizonte por ano. Os equinos que têm tutor e não apresentam maus-tratos são devolvidos mediante pagamento de multa que varia de acordo com a quantidade de dias corridos desde o resgate (R$ 78,16 pela apreensão do animal e mais R$ 78,16 a diária).