Uma briga de trânsito envolvendo um policial civil terminou com um motorista baleado na avenida Barão Homem de Melo, bairro Estoril, região Oeste de Belo Horizonte, nas proximidades da sede da Itatiaia, no início da noite desta quarta-feira (15).
Os envolvidos contam versões diferentes: um dos motoristas, que se identificou à Itatiaia como irmão do policial civil, disse que o homem baleado tinha o ameaçado e tentado roubar a arma do policial. Já o motorista baleado nega as ameaças e disse que foi agredido pelo policial, que não deixou que ele ligasse para a polícia e atirou em sua perna.
Os vídeos das entrevistas completas dos envolvidos estão no final desta matéria.
Versão do motorista
Segundo o motorista, que não quis se identificar, ele estava subindo a avenida quando o carro foi fechado por outro veículo. Neste momento, os dois desceram do carro e o outro motorista, identificado como Felipe, começou a ameaçá-lo.
“Eu subia pela avenida e o rapaz veio buzinando pro meu carro lá de trás. Quando ele me alcançou parou do lado do meu carro, proferiu xingamentos e deu socos no meu carro. Ele percebeu que eu ignorei e jogou o carro em cima do meu, vindo a quebrar o retrovisor. Eu estacionei o carro e ele desceu me ameaçando. Eu fui para a porta de uma loja, onde o pessoal me recebeu, ele ficou me ameaçando e eu pedi apoio da Polícia Militar”.
Neste momento, o homem explicou que um policial civil chegou para interceder na confusão e pediu os documentos do Felipe, que teria se negado a entregar. O homem ainda afirma que Felipe tentou roubar a arma do policial, momento em que ele atira no pé do motorista e o rende.
“Neste momento veio um policial civil, viu a situação, abordou o indivíduo do veículo, que estava muito alterado e segurou o braço do policial. O policial pediu que ele soltasse, ele não soltou, o policial disparou um tiro no chão, ele tentou alcançar a arma e o policial efetuou outro disparo que veio atingir a perna dele”.
Mais cedo, entretanto, o homem afirmou a uma repórter da Itatiaia que o policial civil era seu irmão. Ele contou que o irmão estava no local e presenciou a cena, resolvendo intervir.
Versão do motorista baleado
O motorista que foi baleado negou a versão apresentada pelo irmão do policial. Segundo o homem, que se identificou como Felipe, foi o irmão do policial que bateu em seu carro. Neste momento, ele já teria descido do veículo chamando o irmão, que estava no local, e os dois começaram a ameaçá-lo.
Felipe nega que tenha agredido o policial e chega a afirmar que o homem parecia estar alterado.
“O policial se alterou, bateu no meu carro, já chegou me puxando pela camisa, dando tiro em mim, falando que pulei na arma dele. Eu nem fiz nada com ele, nunca fiz isso, nem encostei a mão nele. Não tive nenhuma reação, ele está alterado, parece até que está drogado, e usou de abuso de poder contra minha pessoa. A batida nem foi com ele, foi com o primo ou irmão dele, já chegou me oprimindo e dando tiro em mim”.
Enquanto era socorrido, Felipe também acusou o policial de ter pegado seu celular e o impedido de ligar para a polícia e familiares.
“Ele chegou me puxando pela blusa, deu tiro no meu joelho e disse que era pouco o que aconteceu comigo ainda. Eu não fiz nada com ele, ele atirou em mim, isso porque o irmão dele bateu no meu carro. Eu chamei o 190 e eles não esperaram. Está alterado, nem conversou comigo. Pegou meu celular e não tá deixando eu pegar de volta”.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e o homem baleado recebeu atendimento médico.
Posicionamento da Polícia Civil
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