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Especialista defende permanência do Aeroporto Carlos Prates: ‘teremos um colapso na aviação’

Pilotos, especialistas em aviação e donos de escolas de vôo denfedem que o Aeroporto Carlos Prates é um dos pólos mais importantes no país

Especialistas afirmam que Aeroporto Carlos Prates recebe cerca de 25 mil passageiros por ano

Entidades ligadas à aviação mineira se posicionaram contra a fala do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que cobra a desativação do Aeroporto Carlos Prates para transformá-lo em um conjunto habitacional e em um parque. Pilotos e escolas do setor afirmam que, sem o aeroporto, Minas Gerais perderia um de seus principais pólos de aviação.

Segundo Estevan Velasquez, presidente da associação Voa Prates e diretor de uma escola de aviação, o Aeroporto Carlos Prates é o segundo mais movimentado de Minas Gerais, perdendo apenas para Confins. Além disso, ele cita que o local é o segundo maior pólo formador de pilotos do Brasil.

“O aeroporto Carlos Prates é ponto focal de treinamento, de onde todas as forças de segurança pública fazem o seu treinamento. Nós formamos quase mil pilotos por ano, já são mais de 85 mil alunos pilotos tendo sido formados em 80 anos. O aeroporto movimenta 25 mil passageiros por ano, isso em aeronaves pequenas, demonstrando a importância para pessoas que precisam ir para o interior de uma forma rápida e segura, como médicos”, explicou Velasquez.

Escola de aviação

Hoje, o Aeroporto Carlos Prates é conhecido, especialmente, pelas cinco escolas de aviação presentes no local. Segundo Estevão Velasquez, outros aeroportos de Belo Horizonte e região não teriam capacidade de absorver esse tipo de operação.

“O aeroporto contém 85% do movimento de treinamento, seja das escolas, seja das forças de seguranças públicas do estado, como bombeiros, policiais civis e militares. Formamos também todos os oficiais da Polícia Rodoviária Federal, policiais militares”.

Empregos

O especialista destaca, ainda, que o aeroporto tem uma das maiores oficinas de asas rotativas do Brasil e atua, também, no combate ao incêndio de todo o vetor sul de Belo Horizonte, já que as aeronaves do Corpo de Bombeiros ficam no local.

Além disso, Estevão explica que o aeroporto possui mais de 120 aeronaves e 15 empresas atuando, impactando no emprego de centenas de famílias.

“São mais de 120 aeronaves, 15 empresas atuando, e mais de 500 empregos diretos. Nós estamos falando de mão de obra altamente especializada, mecânicos, pilotos, além de todos os alunos que também diretamente dependem do aeroporto. Pessoas que precisam trabalhar e estudar. Nós teremos um colapso na aviação de Minas Gerais, perderemos centenas de aeronaves, se o aeroporto Carlos Prates fechar”.

Novas possibilidades

Neste domingo (12), o prefeito Fuad Noman falou com exclusividade à Itatiaia que está pedindo o terreno do aeroporto para a PBH, a fim de transformá-lo em um parque e área de habitação social.

O presidente da associação Voa Prates, Estevão Velasquez, afirma que o próprio aeroporto tem condições de manter um parque nas suas dependências e pretende construir um museu no local.

“O próprio aeroporto tem a possibilidade de administrar esse parque, nós temos dentro do aeroporto concessionárias que querem colocar ali um museu interativo com mais de 30 aeronaves em condição de voo históricas, algo que não existe no Brasil, com acesso para as turmas das escolas públicas municipais e estaduais. Nós temos uma parceria fantástica com a Fiemg [Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais], que assinou um termo conosco de querer colocar escolas voltadas para essa área tecnológica da aviação”.