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Promotor destaca baixa letalidade da PM mineira e o uso da câmera nas fardas

Ângelo Alexandre Marzano disse que Polícia Militar de Minas estudou projeto de São Paulo

Promotor aponta vantagens no uso das câmeras nas fardas da Polícia Militar

O uso câmeras portáteis nas fardas dos policiais militares de Minas Gerais é bem avaliado pelo promotor de Justiça, Ângelo Alexandre Marzano, responsável pelo Controle Externo da Atividade Policial de Belo Horizonte.

Em entrevista ao programa Rádio Vivo nesta sexta-feira (17), Marzano ressaltou que a medida, em vigor desde dezembro de 2022, encontra baixa resistência na corporação e tem vantagem quando comparada com iniciativas semelhantes no Brasil. Entre elas, o fato de o militar não ser monitorado 100% do tempo de trabalho.

“A Polícia Militar mineira, ao colocar as câmeras, estudou São Paulo, viu alternativa melhor e, para evitar esse tipo de constrangimento, aqui não é feito assim”, disse o promotor, que avalia o uso do equipamento como positivo para todos. “A pessoa abordada não vai se insurgir contra o policial, como ocorre hoje, porque está sendo filmada”.

Letalidade

Em Minas, são 1.040 equipamentos usados em turnos alternados por mais de quatro mil agentes de segurança. Para o promotor, o uso das câmeras vai diminuir a letalidade policial, como aponta estudos feitos em outros estados. No entanto, no caso de Minas, ele destaca o trabalho feito nos últimos anos.

“O índice de letalidade da Polícia Militar mineira e o segundo (menor) das unidades federativas do Brasil. Só perde para o Distrito Federal, que não fica a ser um Estado. E isso não é um trabalho de hoje. Isso vem de forma consistente nos últimos 5, 6 anos e é decorrente de todo um trabalho estratégico da Polícia Militar. É pouco dizer que a câmera vai resolver o problema da letalidade. O que resolve são oficiais preparados, dispostos a enfrentar as causas dos problemas”, ressaltou.

Proatividade

O promotor destacou que a atuação do Ministério Público no controle externo da atividade policial mudou. “Até pouco tempo atrás era um corpo a procura de uma alma ou uma alma a procura de um corpo”, disse. “Ao invés de adotar uma postura reativa, esperando o desastre acontecer, estamos trabalhando de forma proativa. Indo aos batalhões, enfrentando os problemas, conhecendo as áreas de risco e adotando ações em conjunto para reduzir a letalidade policial em Minas Gerais”, disse o Marzano.

O promotor destacou que o Ministério Público, durante muito tempo, ficou como fiscal da Polícia Militar, mas que agora assumiu o papel de responsável pela Segurança Pública. “Participando da formação dos cursos de direitos humanos, introduzindo o combate ao racismo nos cursos e várias outras atividades, como a implantação das câmeras nas fardas e do uso de pistolas taser”.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.