Ouvindo...

Jornada de 11 horas e R$ 400 reais por mês: idoso é resgatado de situação análoga à escravidão

O homem tem 75 anos e trabalhava cerca de 11 horas por dia, sem descanso em finais de semana ou feriados; ele recebia R$ 400 por mês

O homem de 75 anos trabalhava no sítio desde 2021

Um idoso de 75 anos foi encontrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em situação análoga à escravidão na cidade Rio Casca, Zona da Mata mineira. O homem trabalhava em um sítio desde 2021, com jornada de trabalho de 11 horas e meia sem direito a folga nos finais de semana e feriados. Ele recebia R$ 400,00 por mês.

O MTE encontrou o homem enquanto ele retirava fezes de gado em um curral, sem qualquer equipamento de proteção. Apesar da necessidade de equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, botinas de couro, perneira, botas impermeáveis, chapéu, boné árabe e proteção de pele, nenhum dos itens eram fornecidos pelo dono do sítio. Os equipamentos que o homem tinha foram comprados por ele mesmo.

O idoso também não havia passado por exames médicos e nem tinha tomado as vacinas necessárias para trabalhar.

Leia também:

De acordo com o órgão, o homem morava em um casebre feito de alvenaria com telhado de amianto. O local tinha apenas três cômodos e um banheiro, mas todos em situação precária, com muito mofo e sujeira. O idoso não tinha acesso a água potável, ele bebia água retirada de um poço artesiano que não recebia tratamento. Além disso, ele dormia em um colchão em péssimo estado e sem roupa de cama adequada.

Depois do resgate, o idoso teve seus direitos trabalhistas garantidos pela equipe de fiscalização. Ele recebeu R$ 18.200 de rescisão e R$ 10 mil de danos morais.

(Sob supervisão de Marina Borges)

Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento