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Está endividado? BH fechou 2022 com queda na inadimplência: saiba como limpar o nome

Economista alerta para a organização financeira como decisiva para evitar uma ‘bola de neve’ nas dívidas

População de BH estava menos inadimplente em dezembro de 2022, na comparação com dezembro de 2021

Belo Horizonte encerrou 2022 com menos pessoas endividadas. Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostrou que a taxa de inadimplência na cidade saiu de 7,95% em dezembro de 2021 para 4,56% em dezembro de 2022.

Mesmo assim, CDL alerta que, entre os endividados, muitos tem várias dívidas no CPF, principalmente os jovens. É que eles estão começando a usar cartões de crédito e estão devendo o crédito estudantil, o que faz crescer a quantidade de débitos. Já os idosos são o grupo que apresenta a maior quantidade de contas atrasadas.

O presidente da CDL, Marcelo de Souza e Silva, explica que a maior parte das pessoas usou o 13º salário pra pagar dívidas e começar o ano com o nome limpo.

Como limpar o nome?

A economista Ana Paula Bastos, da CDL/BH, explica que qualquer tipo de dívida pode levar à inadimplência, o que determina isso é o tempo passado desde a data do vencimento.

“A diferença da inadimplência para a dívida em atraso é o tempo. O atraso se dá por dias ou semanas, muitas vezes até por esquecimento de pagamento. Para ser inadimplente, o prazo é de cerca de 90 dias”, explica. Ou seja, se a dívida está sem pagamento por 3 meses, já é considerado inadimplência.

Até esse prazo, ela diz que a negociação é a melhor saída, tanto pra quem deve quanto pra empresa que aguarda o pagamento.

Para saber se tem alguma dívida em atraso, a economista lembra que a própria CDL tem um balcão de consultas para a população. O serviço é presencial, das 8h30 às 14h, na rua dos Timbiras, 1188 - loja 6, no bairro Boa Viagem, em Belo Horizonte. Com o CPF em mãos, é possível conferir débitos e consultar se o nome está sujo.

Com o levantamento das dívidas em mãos, Ana Paula recomenda uma análise e também organização financeira. Nem sempre é possível pagar todas as dívidas de uma vez só, por isso ela recomenda priorizar: “coloque as dívidas em prioridades, incluindo as com juros maiores, que ficam mais caras com o tempo. Procure o credor, e se não for possível pagar todos os débitos, pague os que forem possíveis. É importante ter esse planejamento para cumprir com os acordos, e não entrar em novas dívidas até que tudo seja quitado”, aconselha.

Por fim, com o nome limpo, Ana Paula Bastos alerta para a necessidade de fazer reservas financeiras e sempre tomar cuidado com o consumo por impulso - principalmente no cartão de crédito - o que evita o “efeito bola de neve”. “Quem está endividado não tem sossego, e estar devendo cria estresse. A organização das finanças também ajuda a controlar essa situação, além de evitar a recorrência das dívidas”, completa.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.