“A Justiça não foi feita pelos homens, mas foi feita por Deus. Eu senti um alívio e uma tristeza porque ele vitimou mais uma pessoa.”
Isso foi o que disse Daniela Gesualdi Doll, mãe de Kevin, morto pelo ex-policial civil, Ghabriel Pereira Rodrigues, de 35 anos, durante uma briga no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, em 2020. Ghabriel é suspeito de assassinar a companheira na semana passada na Bahia e ter cometido suicídio em seguida.
A família do estudante de psicologia, que na época tinha 22 anos, acredita que se a Justiça tivesse sido feita há dois anos, o feminicídio poderia ter sido evitado. “Ele é uma sociopata, um psicopata perigoso para a sociedade”, disse à reportagem da Itatiaia.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, por meio de nota, que a investigação foi concluída e o procedimento remetido ao Poder Judiciário.
“O policial não integra os quadros da Instituição desde o acolhimento da manifestação da Corregedoria-Geral de Polícia Civil pelo governador em que publicou a demissão dele em 17 de setembro de 2021 por transgressão relacionada à corrupção”, informou.
A mãe criticou a atuação da PC na época do crime. “Eu senti um corporativismo por parte da polícia. A polícia não fez nada, alegou legítima defesa e o bandido estava solto para fazer mais vítimas e para cometer mais crime”, disse a mãe. Na época, o delegado Rômulo Guimarães Dias disse que policial civil agiu em legítima defesa.
Depois disso, ele foi para o extremo sul da Bahia trabalhar como chefe de cozinha.
No último sábado (31), o casal foi encontrado morto dentro de uma casa em Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, na Bahia. A Polícia Civil investiga feminicídio seguido de suicídio.
De acordo com a imprensa local, Daniela Ferreira de Souza, de 27 anos, que trabalhava como analista de finanças, morava há um ano com o companheiro. Ela foi morta por asfixia.
A Polícia Civil de Porto Seguro disse que o homem deixou uma carta que confessou o crime. O autor do crime teria se esfaqueado até a morte.
Relembre caso
Em 2020, uma briga entre vizinhos terminou com a morte do jovem Kevin Gesualdi Doll na Rua Maria Heilbuth Surette, no bairro Buritis. O ex-policial civil, que tinha 33 anos, era morador do prédio e escutou um forte barulho. Foi então que desceu para checar o que tinha acontecido.
O jovem, que também é morador do local, estava acompanhado da namorada e tentava entrar na residência, mas teve problemas para abrir o portão. Segundo o policial, o cidadão estava alterado e uma luta corporal entre eles começou.
Posteriormente, Kevin subiu para o apartamento com a namorada, mas, como esqueceu o celular no carro por app e voltou para pegar o aparelho. Assim, uma nova briga começou e o rapaz foi esfaqueado nove vezes e morreu.