O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro) decidiu, em assembleia feita nesta sexta-feira (16), manter a greve do metrô de Belo Horizonte por tempo indeterminado e com 100% de paralisação.
“Acabou agora a assembleia dos metroviários de Belo Horizonte e a decisão, por quase unanimidade, é que a greve continua 100% até o governo recuar, e por tempo indeterminado. Vamos estar ainda fazendo mais manifestações, mais assembleias, mas a decisão da categoria é essa. Três anos sem nos escutar, tem que nos escutar agora”, afirmou Pablo Henrique, diretor da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro).
Leia mais:
Greve do metrô de BH entra no segundo dia e deixa 200 mil pessoas sem transporte Justiça Federal nega pedido do PT para barrar concessão do metrô de Belo Horizonte ‘Verba para concessão do metrô de BH já está liberada’, diz Marcato sobre questionamento do PT
Posicionamento da CBTU
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em nota, afirmou que considera “preocupante” a decisão dos empregados que decidiram pela manutenção da greve sem cumprimento da escala mínima.
“A CBTU-MG declara que considera preocupante a decisão dos empregados, em assembleia do Sindimetro nesta sexta-feira (16/12/22), que definiram pela manutenção do movimento paredista, sem o cumprimento de escala mínima de serviço à população, até a próxima terça-feira (20), desobedecendo a liminar proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho na última quarta-feira (14).
A Companhia já manifestou no processo em andamento no TRT o pedido de majoração da multa e protocolou documentos comprovando ao judiciário a arbitrariedade do sindicato dos metroviários em não acatar a decisão judicial. A CBTU-MG preocupa-se com a saúde financeira da Companhia, que depende diretamente da venda das bilheterias para sanar suas obrigações monetárias, inclusive no que tange os salários dos empregados e outros encargos trabalhistas.
A CBTU-MG ainda informa que serão descontados do salário o dia de todos os empregados que aderiram ao movimento.”
Entenda
A greve dos metroviários, iniciada nesta quarta-feira (14), deixa cerca de 100 mil passageiros (por dia) sem o metrô a partir de hoje. A categoria protesta contra a privatização do serviço, que tem leilão marcado para o dia 22 deste mês.
No mesmo dia, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas atendeu pedido da CBTU e determinou que o metrô de Belo Horizonte circule com 100% dos trens, em horários de pico, e de 70% nos demais horários.
Mesmo com a
“Em vários países da Europa está acontecendo um movimento contrário de reestatização de empresas cruciais para a população e infelizmente no Brasil acontece agora esse movimento contrário que só vai prejudicar o povo. Por que não pegam essa verba dada pelo Governo Federal e pelo Estado e constroem logo a linha 2 até o Barreiro e melhoram a linha 1? Por que vão dar esse presente para alguma empresa?”, disse Alda Santos, presidente do Sindimetro.
