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Polícia faz reconstituição do caso do motorista Anderson Cândido, morto por delegado em BH

Delegado Rafael de Souza Horácio está preso em Belo Horizonte

Delegado participa da reconstituição na tarde deste domingo

A Polícia Civil faz na tarde deste domingo (20) a reconstituição da morte do motorista de reboque Anderson Cândido de Melo, 44 anos, assassinado pelo delegado Rafael de Souza Horácio, de 42, em 26 de julho deste ano, após uma briga de trânsito na avenida do Contorno, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A reconstituição não foi divulgada para a imprensa, mas a Itatiaia descobriu por meio de fontes. Os trabalhos contam com a presença da perícia da Polícia Civil, do próprio delegado Rafael Horácio, além do Ministério Público e da defesa da família, que está auxiliando a acusação.

‘Legítima defesa’

Rafael Horário confessou ter atirado em Anderson Melo, mas alega legítima defesa, pois o trabalhador teria jogado o caminhão contra ele. No entanto, testemunhas que presenciaram o crime contradizem a versão de legítima defesa do policial e apontam que a cena do crime foi alterada.

“O motorista do carro vinho parou o carro, desembarcou, deu aproximadamente 3 (três) passos para o lado, olhou para o motorista, sacou uma arma, apontou e efetuou um único disparo em direção ao para-brisa do caminhão reboque preto que já estava parado tendo em vista que, o carro vinho já havia feito o caminhão frear totalmente quando obstruiu a sua passagem ao diminuir sua velocidade quando estava na frente do caminhão (…) Que o motorista quando teve seu caminhão obstruído parou imediatamente, que do jeito que o motorista parou o caminhão com as 2 mãos no volante, ele tomou tiro (…)”, contou.

A testemunha ainda foi questionada se Anderson acelerou o caminhão na direção do delegado ou ofereceu algum risco iminente ao policial. A resposta foi negativa.

Entenda o caso

Rafael Horácio foi indiciado por homicídio qualificado. Ele confessou ter atirado em Anderson Cândido Melo, que dirigia um caminhão reboque, após uma briga no trânsito. O delegado alega legítima defesa e atirou porque seria atropelado.

Ele foi preso em 30 de julho, quatro dias após o crime e está na Casa de Custódia da Polícia Civil.

O delegado pode ficar preso de 12 a 30 anos, em caso de condenação. O indiciamento ocorreu por motivo fútil e por meio que dificultou a defesa da vítima.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.