Vestidos de verde e amarelo, bolsonaristas bloqueiam parcialmente a avenida Raja Gabáglia, no bairro Gutierrez, na Região Oeste de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (2).
O ato ocorreu em frente ao comando da 4º Região Militar do Exército. O grupo levanta cartazes com frases antidemocráticas, canta o hino nacional e tira fotos em frente ao tanque de guerra. O trânsito fica complicado pelo local.
“Queremos investigação da fraude eleitoral”, dizia uma das faixas postas na frente da instituição.
O ato acontece após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de 2022, nessa terça-feira (1º). Em um discurso rápido, no Palácio da Alvorada, o atual presidente agradeceu os votos e disse que as manifestações de caminhoneiros e apoiadores, que bloqueiam rodovias por todo o país, são fruto de “indignação e sentimento de injustiça”. Entretanto, afirmou que os métodos “não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população”.
No Centro, outro grupo bolsonarista interdita a Rua dos Timbiras, entre a Rua Uberaba e a Avenida Barbacena. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) auxilia o tráfego na região.
No interior
O ato também ocorre no interior de Minas. Em Caratinga, por exemplo, o grupo se reúne no Centro da cidade. “Nos estamos aqui a favor do Brasil. Nós queremos um país melhor, um país que gosta da família, que gosta da vida”, disse a professora aposentada Nádia Salles.
Com a camisa do Brasil, a estudante Sâmia Emily, de 15, também manifestou: “A gente está pedindo intervenção militar, nós não queremos o Lula”.
Em Três Corações, no Sul de Minas, milhares de pessoas foram às ruas.
Atos antidemocráticos
Desde a noite desse domingo (30), após o resultado das eleições, caminhoneiros também iniciaram um bloqueio das vias em protesto à vitória de Lula (PT).
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para confirmar a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a imediata desobstrução de rodovias e vias públicas que estejam com o trânsito interrompido ilicitamente.
Além do relator, os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Luiz Fux e as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber (presidente) referendaram a decisão.
Segundo a CNT, os pontos de contenção em estradas e rodovias brasileiras estão causando transtornos e prejuízos a toda sociedade, com paralisações em, pelo menos, 10 estados.
A confederação alegou, ainda, que os bloqueios estariam acontecendo em razão da “simples discordância com o resultado do pleito presidencial ocorrido no país”, caracterizando-se como “manifestações antidemocráticas e, potencialmente, criminosas que atentam contra o Estado Democrático de Direito ”.