Em apenas um fim de semana, ao menos dois bailes funk foram alvo de denúncia na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Tráfico de drogas, uso de armas e total desrespeito ao horário foram citados por moradores dos bairros Mantiqueira, na região de Venda Nova em BH; e no Parque São João, em Contagem.
“Mais uma vez, fazemos essa denúncia. Em julho, denunciamos junto à Itatiaia e à prefeitura, e ficou cerca de um mês sem acontecer de novo. Porém, voltou nesse sábado (11), começando às 2h”, conta uma moradora do bairro Parque São João, que não será identificada.
A mulher relatou ainda que a festa terminou pouco antes das 8h. Nesse período, ela relatou uso de drogas, carros na contramão, rachas e até mesmo relações sexuais na porta da casa dela. Ela ainda disse que acionou a Polícia Militar mais de uma vez, mas a corporação não foi até o local.
Situação parecida foi registrada na região de Venda Nova, em BH. Um morador, que também não será identificado, disse que uma distribuidora de bebidas se transformou em cenário para baile durante toda a madrugada, com som alto e desrespeito aos moradores do bairro.
“Eles enchem de mesa e cadeira, e fica a noite toda. Ninguém está dormindo, já ligamos para a polícia, e ninguém apareceu”, lamentou o homem.
Os moradores ressaltam ainda que o problema não é a realização dos eventos, mas a falta de organização e desrespeito às leis, incluindo a do silêncio. A reportagem procurou a Polícia Militar, mas não obteve retorno sobre ambas as denúncias.
Nota da PM
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), por intermédio da 26ª Companhia de Polícia Militar (Cia PM) do 39º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pelo aglomerado “Parque São João” afirma por meio de nota enviada à Itatiaia que “se faz presente dia e noite no bairro, exercendo o policiamento ostensivo geral” e esclarece que as chamadas referentes aos “bailes funk” “são prontamente atendidas pela PMMG.”
Ainda, conforme a nota, a PM afirma que “monitora constantemente redes sociais a fim de ter conhecimento de eventos clandestinos. Quando é noticiado, é feito contato prévio com possíveis organizadores do evento, a fim de alertá-los das consequências, sendo todos os atos devidamente registrados, demonstrando a legitimidade da atuação policial e as tentativas preventivas, antes que a “crise” se instaure.”
Além da intervenção pontual, a polícia esclarece que “mantém a presença nos aglomerados constantemente, fazendo prisões e apreensões de drogas e produtos ilícitos. Também têm sido intensificadas as operações “Blitz” e Batida Policial, para verificar a regularidade de veículos que adentram no aglomerado, conforme imagens abaixo.”