Arroz com frango, feijão, salada e suco natural de abacaxi. Este foi o almoço serviço para crianças da zona da rural de Ladainha, município do Vale do Mucuri de Minas Gerais, no último sábado (3), quando aproximadamente 60 pessoas, sendo 50 crianças, foram hospitalizadas com sintomas de intoxicação alimentar. Conselheira tutelar na cidade, Ingrid Stefany Castro de Souza disse à Itatiaia nesta terça-feira que o órgão acompanha o trabalho da Polícia Civil sobre o caso. Testemunhas relataram que fazia muito calor no dia.
A conselheira explicou que as crianças são da zona rural e foram fazer um passeio turístico para conhecer a cidade. “A informação que tivemos foi que, após eles terem feito essa refeição, eles teriam se intoxicado, o que não podemos afirmar no momento, porque o material foi recolhido para perícia”, ressaltou Ingrid.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito para apurar a causa e as circunstâncias da intoxicação. Em nota, a PC diz que a ‘investigação tramitará na delegacia de Ladainha e ‘as informações serão repassadas com o avanço dos trabalhos investigativos’. O almoço foi servido no Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) da cidade.
‘Gosto meio azedo’
Umas das professoras que acompanhavam o grupo disse aos policiais militares que atenderam a ocorrência ter sentido um “gosto meio azedado, levemente mascarado por um óleo tipo azeite que estava na comida. Por este motivo, não conseguiu comer toda a comida, deixando uma parte no prato”. Duas horas após a refeição, ela e as crianças começaram a apresentar sintomas como dor abdominal, náuseas e diarreia. O boletim de ocorrência cita ‘gastroenterite aguda por intoxicação alimentar, possivelmente bacteriana’.
Já outro professor do grupo relatou que a comida estava com aparência normal, ‘mas que, ao terminar a refeição, notou um forte odor de coisa estragada. Algum tempo depois, as crianças começaram a passar mal.
Uma funcionária do centro educacional disse ter notado um cheiro de arroz com frango de ‘perdido’. Por isso, jogou a comida no lixo. A educadora não soube informar “se o arroz azedou antes ou depois que foi servido aos alunos, pois o dia estava bastante quente”.
Reforço
As vítimas foram levadas para Hospital Municipal Arthur Rausch. O médico de plantão disse aos militares que entre 60 e 70 pacientes, a maioria crianças, foram atendidas com gastroenterite aguda por intoxicação alimentar.
“Toda estrutura do hospital foi disponibilizada para o atendimento desses pacientes, além do acionamento de médicos de folga, de prontidão e ainda do recebimento de ajuda de voluntários da área de saúde”, disse.
Dicas
O hospital Nove de Julho, de São Paulo, tem em seu site dicas para evitar e intoxicação alimentar, especialmente no verão. Isso porque os casos de gastroenterite aguda aumentam.
Conforme o hospital, a principal causa do aumento são as altas temperaturas da estação que podem comprometer a conservação de alimentos e favorecer a proliferação dos micro-organismos nocivos à saúde, entre eles bactérias (salmonela e estafilococos) e vírus (rotavírus).
Veja as dicas do hospital:
1) Lave bem as mãos antes de comer ou preparar alimentos; os utensílios de cozinha também precisam ser bem higienizados após o preparo.
2) Escolha alimentos frescos, com boa aparência e íntegros. Antes de consumir, lave-os bem com solução de hipoclorito de sódio.
3) Em casa, beba sempre água filtrada ou fervida. Fora de casa, água de procedência conhecida, preferencialmente em garrafas ou copos lacrados.
4) Não coma alimentos que tenham estado em temperatura ambiente por muito tempo. Na dúvida, evite.
5) Armazene alimentos prontos em temperatura inferior a 5ºC e aqueça-os somente no momento do consumo.
6) Verifique o prazo de validade e condições da embalagem de produtos alimentícios, principalmente os enlatados.
7) Evite comer carne crua ou mal passada, especialmente fora de casa.
8) Consuma apenas leite pasteurizado, preferencialmente fervido, inclusive em receitas.
9) Maionese e doces que levem ovos crus no preparo devem ser evitados.
