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Petisco contaminado? Polícia investiga morte suspeita de mais um cachorro

Agora, a polícia apura as causas da morte de quatro cães que ingeriram petiscos; outros cinco animais estão internados

Cãozinho segue internado após ingerir substância

Após a morte de três cachorros por intoxicação com etilenoglicol em Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recebeu informação de um caso semelhante em São Paulo. A suspeita é de que petiscos foram contaminados com a substância e provocaram a morte dos animais.

A instituição instaurou inquérito policial para apurar as denúncias envolvendo a empresa de petiscos, em BH. Outros cinco cachorros foram internados após consumo do produto.

Durante a investigação, a polícia recebeu a informação de mais um caso. No entanto, registrado em São Paulo. “A empresa responsável pela fabricação dos petiscos será intimada e ouvida por meio de Carta Precatória”, destacou a instituição em nota.

Além disso, a polícia explicou que realizou oitivas de tutores, veterinários e de um representante do estabelecimento comercial. A instituição, conforme a nota, ainda “tem realizado levantamentos em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)”.

Os resultados dos laudos periciais serão divulgados assim que concluídos pela polícia. A orientação é de que, caso haja outros casos, os tutores dos animais procurem a Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor - onde tramita o procedimento investigativo - na Rua Martim de Carvalho, número 94, no bairro Santo Agostinho.

Entenda

A advogada Silvia Valamiel, que defende os tutores dos dois cães mortos por intoxicação na capital, explicou à Itatiaia que os animais foram vacinados no último dia 2 de agosto, quando, ainda no estabelecimento, cinco snacks foram comprados. Na ocasião, eles estavam com os cincos cães que possuem e deram um petisco para cada um deles.

“Após o consumo do produto, todos os cães sentiram muita sede. Pouco tempo depois de consumirem os snacks, os animais, que até então estavam super ativos e saudáveis, começaram a vomitar sucessivamente e ficaram prostrados”, explicou a advogada.

Em seguida, os animais - sendo quatro spitz alemão e um pinscher - foram levados para uma clínica veterinária no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte, onde foram diagnosticados com “injúria renal aguda”. Valamiel destacou que a reação da vacina foi descartada, porque um dos animais foi imunizado com o mesmo lote há 15 dias e não apresentou nenhuma alteração. Dos cinco animais, dois morreram.

Segundo a advogada, após as mortes dos cães, os tutores decidiram submeter os animais a necropsia. “Nos dias 8 e 9, respectivamente, dois cachorros evoluíram a óbito. Os corpos foram encaminhados ao Hospital Veterinário da UFMG e, após análise, foi elaborado um laudo constatando que ‘altamente sugestivos de intoxicação por etilenoglicol’”, destacou.

A reportagem teve acesso ao laudo. Em um dos trechos, o documento explica que os animais apresentavam “lesões renais graves”. De acordo com o relatório, “os cristais visualizados nos túbulos renais são compatíveis com cristais de oxalato de cálcio”.

“Pouca quantidade de cristais de oxalato de cálcio pode ser vista em casos de obstrução tubular crônica, porém quando visualizados em grande quantidade, como neste caso, são achados altamente sugestivos da intoxicação por etilenoglicol”, acrescentou.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.