A morte de Marcos Vinícius Vieira Couto, de 29 anos, na Vila Barraginha, em Contagem, no dia 16 de julho, ganhou novos elementos na quinta-feira (18). A Itatiaia teve acesso ao depoimento do policial militar que disse que atirou na vítima porque acreditou que Marcos Vinícius iria pegar a arma dele - laudo da PC apontou que a vítima não tentou pegar a arma do policial ao ser abordado. Quando vão para trás de uma Kombi, no entanto, não é possível ver no vídeo o que acontece.
Em depoimento prestado aos promotores Fabio Santana Lopes e Moisés Argones Martins, o sargento afirma que retirou Marcos Vinícius do grupo que o protegia com a intenção de colocá-lo na viatura. O policial alegou ainda que pediu que um cabo solicitasse reforço na rede de rádio da PM enquanto ele levava a vítima para a viatura e que o suspeito, muito nervoso, dizia que ninguém iria tirá-lo do local.
O militar afirmou no depoimento que, neste momento, Marcos Vinícius teria ido para trás da Kombi fazendo um movimento com o braço no sentido de pegar a arma dele e que, por causa disso e do nervosismo da vítima, ele acreditou que Marcos tentaria pegar a arma, momento em que ele atirou na vítima. O policial afirma no depoimento que prestou socorro ao homem baleado.
Questionado sobre o motivo de não ter algemado a vítima, o policial disse que não fez isso porque Marcos estava muito descontrolado e que havia risco da comunidade “partir pra cima da polícia”, já que os ânimos estavam muito exaltados. O policial negou qualquer espécie de corrupção anterior envolvendo o suspeito e a guarnição policial envolvida na ocorrência.
Laudo
Nessa quinta-feira (18) ficou pronto o laudo da perícia da Polícia Civil (PCMG) sobre o vídeo filmado por populares. A perícia constatou que nas cenas claras não há tentativa do suspeito de tentar tomar a arma do policial. Porém, o laudo reiterou que não há como ter a conclusão em relação aos segundos finais do vídeo, quando a ação está atrás da Kombi.
A Itatiaia também teve acesso aos laudos toxicológicos realizados pela perícia da Polícia Civil, sobre Marcos Vinícius. Conforme os resultados, o homem teria feito uso de grandes quantidades de álcool e drogas, entre elas maconha e cocaína.
Para Karina Pereira, prima de Marcos Vinicius, o laudo não interfere no caso. Já o advogado de defesa do sargento envolvido na ocorrência, Berlinque Cantelmo, acredita que o laudo confirma o que disse o policial militar.
O caso continua sendo apurado pelo Ministério Público.