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Caso Lorenza: Irmã da vítima relata ter sido ameaçada por André de Pinho

Amanda, irmã gêmea de Lorenza, foi a segunda testemunha ouvida no julgamento do promotor de Justiça André de Pinho

Julgamento de André de Pinho, acusado de matar Lorenza, acontece no Tribunal de Justiça de Minas Gerais

O julgamento do promotor de Justiça André Luiz Garcia de Pinho, acusado de matar a esposa Lorenza Maria Silva de Pinho, em abril de 2021, se estende pela tarde desta segunda-feira (8), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Amanda Silva, irmã gêmea de Lorenza, relatou ter sido ameaçada por André.

O depoimento da irmã da vítima foi iniciado por volta das 12h10. Amanda falou logo depois do pai, Marco Aurélio Silva, que depôs por mais de duas horas e foi o primeiro a ser ouvido no julgamento desta segunda.

Amanda começou o depoimento dizendo que estava muito nervosa com a presença de André e pediu que ele fosse retirado da sessão. Ainda, relatou ter medo do promotor e que ele já teria ameaçado grampear o telefone dela.

Durante os depoimentos André de Pinho estava sentado na mesa entre os advogados da defesa. O pedido de retirada do promotor foi acatado pelo TJ e ele deixou o local.

Assim como o pai, Amanda contou que não tinha contato com a irmã há alguns anos e soube da morte pelo marido. Durante o depoimento, a irmã gêmea de Lorenza disse que o rompimento da relação aconteceu em 2012, quando o promotor a ameaçou.

O crime

Lorenza foi encontrada morta em abril de 2021, no apartamento do casal, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com a conclusão do inquérito feito pelo Ministério Público com apoio da Polícia Civil, o responsável pelo crime seria André Luiz Garcia de Pinho, que segue preso preventivamente.

No dia da morte, o réu disse que a esposa havia se engasgado enquanto dormia após tomar remédios e ingerir bebida alcoólica. Um atestado de óbito emitido por dois médicos, que também foram indiciados, confirmou a versão do promotor. No entanto, outra perícia feita no Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte seria intoxicação e asfixia por enforcamento.

Outro ponto que chamou atenção dos legistas foi a ausência de sangue no corpo de Lorenza, fato que dificultou o trabalho dos legistas. À época, a perícia médica precisou usar a técnica de espremedura do baço para conseguir amostras sanguíneas da vítima.

Sem júri popular

Pelo fato de André de Pinho ser promotor, há prerrogativa de função, portanto o julgamento não será no júri popular e, sim, diretamente na segunda instância.

A audiência de instrução vai colher depoimentos do réu e de testemunhas, em um processo que pode durar todo dia e até se estender para terça-feira (9). Em seguida, as partes vão fazer as alegações finais para o possível julgamento, a ser feito no próprio Tribunal de Justiça na presença de 25 desembargadores.

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.