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Carnaval em BH: foliões com dotes manuais fazem renda extra com produtos criativos para a festa

De pochetes a bolsas térmicas, pequenos produtores com experiência carnavalesca vendem itens que são a cara da folia

Bolsas térmicas, pochetes e plaquinhas para Carnaval

Com o crescimento do Carnaval da capital mineira, que espera mais de R$ 6 milhões de foliões este ano e deve movimentar aproximadamente R$ 1 bilhão na economia da capital, a oportunidade de fazer uma renda extra se torna cada vez mais atrativa para o belo-horizontino. Há quem abra as portas de casa para o aluguel pela primeira vez. E também há quem aproveite dos dons manuais para fazer itens que não podem faltar na folia, como pochetes, bolsas térmicas e assessórios de cabelo. A Itatiaia conversou com cinco produtores locais sobre a criatividade e a expectativa de venda para curtir a festa com uma graninha a mais no bolso.

Bolsa térmica

Bolsas térmicas feitas para o Carnaval

Foi a partir da dificuldade como foliã de carregar as bebidas que surgiu a ideia de Marina Passagli Valente, de 41 anos, para fazer uma grana extra. “Fiquei pensando em algo que fosse prático e leve para eu mesma carregar minhas coisas”, disse. E, assim, ela decidiu confeccionar as bolsas térmicas. “Foi algo pensado para facilitar a minha vida, aí deu certo e umas amigas gostaram. Fiz mais”, acrescentou.

Com cores chamativas que combinam com a festa, os tens foram divulgados no Instagram e foram sucesso: “Vendi tudo. Então estamos terminando mais uma remessa para tentar vender”, contou. A bolsa térmica pode ser usada como pochete e pode também ser regulada para bolsa a tiracolo. “Nela, cabem 4 latas grandes”, explicou. O acessório custa R$ 100.

Mais informações: pelo celular (31) 9923-41305 ou Instagram @mimo.lovebh/ @marina_pvalente.

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Pochetes

Pochete de abacaxi para o Carnaval

Isabel Cristina Carvalho Dias, de 41 anos, formada em design gráfico e moda, hoje trabalha como bordadeira. Há seis anos, ela produz itens especialmente para a folia. “Em 2019, trabalhava com costura criativa e fazia pouco tempo que tinha voltado a morar em Pedro Leopoldo (MG). Tinha que conquistar clientes novos e, como o Carnaval em BH estava só crescendo e em janeiro as vendas são baixas, tive a ideia de fazer as pochetes. Na época, elas estavam voltando, mas ainda de forma tímida”, contou.

O diferencial foi criar o acessório em formatos de frutas, utilizando tecido que já usava em seus trabalhos, o brim. Com a boa aceitação, ela voltou para a máquina de costura no ano seguinte. “Em 2020, voltei a confeccionar e com novidade a pochete arco-íris e as shoulder bags (de frutas também). Venho melhorando o material e o acabamento”, contou.

“Em 2025, mesmo não anunciando como nos outros anos, teve procura das pochetes. Abri espaço na agenda para as encomendas de última hora”, complementou. O valor varia de R$ 80 a R$ 100. Estão disponíveis quatro modelos: pochete melancia, pochete abacaxi, pochete laranja e pochete maçã.

Mais informações: pelo Instagram @belcarvalho.atelie

Acessórios de carnaval

Adereço de cabelo vendido pela @hldesign29

Foi após uma desilusão amorosa que Helena Campos Lisboa, de 28 anos, design de moda, começou a frequentar o Carnaval, em 2016. “Sempre amei me fantasiar e desde então, programo as fantasias. A partir disso, muitas amigas começaram a me pedir ajuda com as fantasias delas. Então, a HL Design surgiu! Primeiro, com uma consultoria de ideias de fantasias e a produção delas”, conta. “Em 2020, com o incentivo dos meus pais, comecei a criar acessórios que fossem diferentes dos que existiam na época”, lembrou.

A procura aumenta a cada ano: “Para esse ano, a coleção tem aproximadamente 110 itens”, contou.

Os valores dos acessórios de cabelo vão de R$ 10 a R$ 180. “Trabalho com pronta entrega e ainda tenho adereços lindos”, disse.

Mais informações: pelo Instagram @hldesign29

Porta-isqueiro

Porta isqueiro da @goulartelier

Brincos, tiaras, ombreiras... E porta isqueiro! Quem “pita” um cigarrinho sabe o “custo” de voltar com o item para casa depois de passar de mão em mão durante a festa. Na tentativa de solucionar o problema, a aposentada Gladys Mara Goulart, de 65, fez bolsinhas para guardá-lo.

“A ideia veio de minha filha, que perde o isqueiro em todo bloco que ela acompanha. Daí me pediu para criar uma bolsinha individual, porque, assim, pode usar e emprestar sem ter de tirá-lo de seu corpo”, contou. O assessório custa até R$ 50, dependendo do modelo.

A artesã, que borda desde adolescente, faz diversos itens para a folia (e para fora dela). “Um dia fiz uma tiara de flores para minha filha sair num bloco de carnaval e gostei do que fiz. A partir daí fui criando tiaras, brincos e ombreiras e me apaixonei pelo resultado. Os amigos gostavam e me pediam para produzir. Então coloquei a mão na massa e comecei a oferecer via internet. Deu certo, pedidos chegando. Parti para participar de feiras e a coisa engrenou”, acrescentou.

Este ano, o objetivo é usar o dinheiro extra para realizar a viagem dos seus sonhos: conhecer Salvador (BA).

Mais informações: pelo @goulartelier ou pelo celular (31) 9 8374-6659.

Conjuntos, chapéus e plaquinhas

Chapéu do @brilha_bh

A Brilha BH, formada por Audrey Grace Mares Ferreira, de 62, e as duas filhas Adanne, 32, e Stéfani, 27, nasceu após a mãe fazer algumas fantasias usando E.V.A em 2017. “Em 2018, eu iria tocar em um bloco de Carnaval de Ouro Preto (MG) e decidi fazer adereços para mim. O pessoal do bloco viu, amou e decidimos postar no Instagram. Bombou”, lembrou Stéfani.

O negócio em família conta com brincos entre R$ 10 e R$ 45 e arcos entre R$ 20 e R$ 60. “Temos clientes incríveis e muito fiéis ao nosso trabalho! Já foram mais de 100 encomendas entregues, e ainda estamos aceitando pedidos até quarta-feira, dia 26", contou. Também há plaquinhas, conjuntos de top e hot pant, além de viseiras.

No início, a intenção da venda era somente everter a renda para curtir a folia. Hoje já dá para aproveitar e ainda sobra para auxiliar nas contas e outras demandas. “Não produzimos para outras ocasiões, somente o Carnaval. A página é desativada na Quarta-Feira de Cinzas e retorna em novembro para os preparativos do próximo Carnaval”, contou.

Mais informações: pelo @brilha_bh ou pelo celular (31) 99877-4867.


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Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
Graduada em Jornalismo pela PUC Minas, é repórter da Itatiaia desde abril de 2023, na equipe de redes sociais. Já passou pela redação do jornal Estado de Minas e assessoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tem experiência principalmente em vídeos, podcasts e reportagens multimídia.