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‘Bloco dos catadores’ sai às ruas a partir deste sábado; trabalhadores vão receber diária e EPI

Catadores de materiais recicláveis estarão nas ruas de Belo Horizonte nos cinco dias de Carnaval por meio do Recicla Belô

Catadores de materiais recicláveis sairão às ruas de Belo Horizonte a partir deste sábado (10)

A partir deste sábado (10), em conjunto com os 5,5 milhões de foliões que tomarão as ruas de Belo Horizonte, outro grupo se juntará à festa para mantê-la sustentável - e rentável. São os catadores do Recicla Belô, programa de reciclagem popular do carnaval de BH, uma iniciativa das cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Belo Horizonte, criado pelo Governo de Minas e pelo Ministério Público. Durante os cinco dias de Carnaval, serão empregados cerca de 300 trabalhadores nos blocos, que receberão uma diária de R$ 150, além do valor referente ao material coletado e ao pagamento pelos serviços ambientais prestados.

“O Recicla Belô é um projeto de catador para catador e nos dá condições de trabalhar com mais dignidade. Há anos a gente trabalha no Carnaval e não é remunerado. Dessa vez, a gente conseguiu condições de um pagamento pela nossa prestação de serviço, o que vai nos dar mais dignidade”, conta Neli Souza, uma das lideranças do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável.

Nesta semana, o Governo de Minas distribuiu os kits de coleta de materiais recicláveis, dando início ao trabalho na folia. A expectativa é a coleta de 40 toneladas de materiais recicláveis durante o carnaval. O material será encaminhado aos galpões de triagem das cooperativas, serão prensados e armazenados para comercialização junto a indústrias de reciclagem.

Para o subsecretário de Saneamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Anderson Diniz, o objetivo é unir a limpeza da cidade com a garantia de dignidade para os trabalhadores.

“O Recicla Belô vai deixar a cidade mais limpa e trazer dignidade para os catadores. Nos anos anteriores, eles não tinham o pagamento de diárias e, agora, conseguimos pagar o valor de R$ 150 para cada um deles, com Equipamento de Proteção Individual, o que minimiza muito os trabalhos que são feitos. A consequência é trazer limpeza para o Carnaval de Belo Horizonte e dignidade para os catadores”, explica.

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Centrais de coleta

O Recicla Belô foi lançado em 26 de janeiro deste ano, com o apoio do Estado de Minas Gerais, MPMG e Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para fortalecer o reaproveitamento de latinhas e plásticos neste período de festa, a partir da implementação de centrais de reciclagem nas ruas da capital mineira. São locais que servem como ponto de apoio logístico para a coleta e distribuição de itens aos trabalhadores, como alimentação, equipamentos de proteção individual (EPIs) e acesso exclusivo aos banheiros.

Estão sendo cadastrados 300 catadores, que poderão realizar a coleta diária mínima de 30kg de latinhas e plásticos. Eles receberão uma diária no valor de R$ 150 e o preço referente ao material comercializado nas centrais. Além disso, cada trabalhador receberá pagamento por prestação de serviços ambientais.

Entre os dias 10 e 13 de fevereiro, serão implementadas três centrais fixas de reciclagem nas regiões Leste e Centro-Sul da capital. Os locais serão equipados com mesa de triagem, estocagem temporária de recicláveis, balança para pesagem dos materiais e espaço de atendimento, além de energia elétrica. Haverá, ainda, centrais móveis pelos blocos.

Financiamento

O Recicla Belô foi desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e por líderes de catadores em BH. O programa recebeu financiamento de R$ 592 mil por meio da Plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais, que gerencia recursos de Medidas Compensatórias Ambientais. Essa plataforma recebe propostas socioambientais de instituições do terceiro setor, empresas privadas e do poder público. A Copasa também investiu R$ 282 mil no Recicla Belô, ampliando o alcance dele para mais catadores.

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Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.