O pedreiro Domingos Lima de Souza, morador de
Rio Bonito do Iguaçu — a cidade mais afetada pela passagem de um
tornado no Paraná, na última sexta-feira (7) —, relata os momentos de pânico durante os fortes ventos.
Em entrevista à parceira da Itatiaia,
CNN Brasil, ele contou que só teve tempo de sair com “a roupa do corpo” e que, da casa onde morava, “só restaram as paredes”. “Agora tem que ir atrás de roupas. Já peguei um colchão e estou procurando um eternit [telha] para cobrir a casa. Nesses dois últimos dias, só comi um marmitex e um sanduíche. O resto foi tudo, mas, graças ao bom Deus, estou vivo”, disse ao repórter William Batista.
Ele lembra que, assim que o temporal começou, saiu correndo de casa para socorrer a mãe, uma senhora de 90 anos, que também estava sozinha em uma casa próxima. “Fui correndo para o meio da criação, pedaço de ferro caindo por cima e tudo, mas estou vivo — é o que estou falando. Minha mãe se machucou bastante, perdeu tudo também, mas estamos vivos”, relatou.
A Defesa Civil informou que 90% do município de
Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, foi destruído em função do tornado.
Na região, seis pessoas morreram — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em
Guarapuava — e pelo menos 750 ficaram feridas, de acordo com o governo paranaense.
“
Sou analfabeto, nunca pude estudar, mas, graças ao bom Deus da vida, sei como é que a gente tem que viver. Quando a natureza pega, vai pobre, vai rico, é igual. Então temos que saber viver, controlar a vida e tudo”.
— alertou Domingos.
Animais sem abrigo
Voluntários de organizações sem fins lucrativos e de instituições de defesa dos animais afirmam que
não há local para encaminhar os bichos resgatados.
Em conversa com a reportagem, a psicóloga Alana Brito, presidente da ONG Bicho Vivo, afirmou que ainda não há uma dimensão de quantos animais podem ter morrido ou se machucado durante o tornado.
Até o momento, os animais encontrados em estado mais grave estão sendo encaminhados para
Laranjeiras do Sul, município vizinho de Rio Bonito do Iguaçu.
Com a falta de opções, os bichos em boas condições ou com ferimentos leves são atendidos e depois liberados nas ruas.
A expectativa dos voluntários é que seja criado um ponto de apoio voltado para os animais em Laranjeiras do Sul.
Tornado deixa rastro de destruição no Paraná:
Reprodução/ Portal Sudoeste Online
Reprodução/ Portal Sudoeste Online
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