Suspeito de provocar explosão em São Paulo é identificado; baloeiro é conhecido da PC

Adir de Oliveira Mariano já foi réu em uma ação penal. O corpo dele foi encontrado carbonizado em uma residência atingida na quinta (13)

O corpo carbonizado, encontrado no imóvel utilizado como depósito clandestino de fogos de artifício, após a explosão no bairro do Tatuapé, na zona Leste de São Paulo, é de Adir De Oliveira Mariano, de 46 anos. Exames periciais do Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram a identidade da vítima.

O homem, que estava desaparecido desde a última quinta-feira (13), dia que ocorreu a explosão, é conhecido da Polícia Civil por envolvimento com grupos que soltam balões de maneira ilegal e foi réu em uma ação penal pela prática criminosa, mas foi absolvido pelo juiz em 2015.

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Segundo a Polícia Civil, o imóvel onde ele morreu estava alugado há 40 dias. Adir havia alugado a residência e transformado em um depósito clandestino de fogos de artifício.

A Defesa Civil de São Paulo informou que 23 imóveis chegaram a ficar totalmente interditados por conta dos danos da explosão. Além de Adir Mariano, que faleceu no acidente, 10 pessoas ficaram feridas.

Na casa de Adir, policiais civis e agentes do Corpo de Bombeiros encontraram vestígios de diversos materiais que, em tese, estariam sendo utilizados na confecção de uma cangalha de balão.

A principal linha de investigação da polícia é de que ele manuseava os explosivos no momento do acidente. “Ele não tinha nenhuma autorização da prefeitura e de outro órgão público para armazenar equipamentos explosivos em uma área residencial”, destacou o delegado Filipe Soares, responsável pelas investigações.

Por conta da explosão, 23 casas foram interditadas preventivamente pela Defesa Civil. A explosão também danificou carros, derrubou motos, quebrou vidraças e causou um rastro de destruição na área residencial do bairro Tatuapé.

Vítima já foi réu por soltura de balões

Apurações da CNN Brasil apontam que uma ação penal, na 4ª Vara Criminal de São José dos Campos, acusou Adir Mariano e outros cinco réus de associação criminosa e de soltarem balão capaz de provocar incêndios em vegetação ou áreas urbanas.

Segundo a investigação, os acusados soltaram o balão e acompanhavam a trajetória dele quando foram abordados pela Polícia Militar. O resultado do julgamento, em dezembro de 2015, foi a absolvição dos réus, incluindo Adir Mariano.

À época, o juiz fundamentou a decisão no artigo 386 aplicando a máxima “in dubio pro reo”, princípio jurídico que significa “na dúvida, a favor do réu”.

Embora houvesse indícios, como a localização dos acusados atrás do balão e ferramentas no veículo, o juiz entendeu que as provas não eram suficientes para comprovar a autoria do crime de soltar balão ou a associação para o crime.

Dez anos após ser inocentado, Adir é principal suspeito de ter causado a explosão que pode ter tirado a sua própria vida e deixado outras dez pessoas feridas.

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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