A Eli Lilly, farmacêutica responsável pelo Mounjaro, medicamento à base de tirzepatida aprovado para diabetes e utilizado off label para emagrecimento, se manifestou por meio de nota, enviada à Itatiaia nesta sexta-feira (28),após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Slim, que investiga a produção e venda clandestina de versões manipuladas das
Em nota, a empresa afirmou que leva a segurança do paciente “muito a sério” e classificou a investigação, realizada com apoio da Anvisa, como “um passo importante para proteger a saúde pública”.
A Lilly reforçou que vem alertando “há muito tempo” para os riscos associados à manipulação da tirzepatida em escala industrial. Segundo a farmacêutica, as imagens divulgadas pela PF mostram ambientes sem condições sanitárias adequadas, armazenamento irregular de materiais e ausência de esterilidade, fatores que colocam pacientes em risco.
“Organizações mal-intencionadas estão colocando vidas em perigo ao comercializar medicamentos ilícitos (…) Esses produtos não são testados, não possuem supervisão regulatória e podem representar sérios riscos, inclusive risco de morte”, afirmou o Dr. Luiz André Magno, Diretor Médico Sênior da Lilly Brasil.
A empresa destacou ainda que não fornece tirzepatida para farmácias de manipulação, clínicas, varejistas online ou qualquer outro fabricante, e que muitos dos insumos usados nesses produtos irregulares têm origem estrangeira, sem inspeção da Anvisa ou de agências regulatórias internacionais, como a FDA dos Estados Unidos.
A farmacêutica também ressaltou que versões manipuladas da tirzepatida não tiveram sua segurança, eficácia ou qualidade avaliadas e, portanto, representam “riscos potencialmente graves”.
“Continuamos preocupados com a produção industrial de medicamentos manipulados e outras práticas inseguras. A Lilly continuará cooperando plenamente com as autoridades, apoiando investigações e reforçando nosso compromisso de proteger a segurança dos pacientes contra os perigos representados por medicamentos ilegais e inseguros”, inaliza a nota
Entenda o caso
A “Operação Slim”, da Polícia Federal (PF), mira um grupo responsável por produzir e vender clandestinamente medicamentos injetáveis para emagrecer, as chamadas canetas emagrecedoras.
De acordo com a PF, o grupo investigado manipulava ilegalmente
Ao todo, 24 mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Entre os bens apreendidos estão relógios de luxo, carros como Ferrari e Land Rover e até um jatinho particular.
Um dos alvos é o
No Instagram, Almeida também ganhou notoriedade ao vencer uma partida de pôquer com Neymar e ao se envolver em uma discussão com o nutricionista Daniel Cady, marido da cantora Ivete Sangalo. Natural da Bahia, ele atende em um consultório no Jardim Europa, área nobre de São Paulo.
O que diz o médico?
O advogado do médico, Gamil Föppel se posicionou na tarde desta quarta-feira (27). Em nota, afirmou que ele não produz medicamentos, e que a relação com a tirzepatida é apenas científica. Além disso, declarou que a manipulação da substancia é legal, apesar de no caso do médico, o vinculo ser apenas para ‘discussões do ponto de vista acadêmico’.
Por fim afirmou que o objeto da investigação não é a qualidade ou a eficácia da substância, mas sim uma ‘discussão jurídica sobre quebra de patente e direitos de propriedade intelectual do princípio ativo’.
O Mounjuaro é patenteado pela empresa Eli Lilly do Brasil. Que em suas redes sociais alerta os consumidores a respeito dos medicamentos falsificados:
Médico Gabriel Almeida
“Os nossos produtos não são negociados diretamente por nós em nenhum site ou rede social. Distribuímos medicamentos somente para farmácias licenciadas e regularizadas, que seguem os padrões sanitários estabelecidos pela Anvisa”, declara em um post nas redes sociais.
O que diz a Anvisa
Em nota enviada a Itatiaia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que oferece apoio técnico integral na identificação e na avaliação dos produtos objetos da investigação, que está sob sigilo judicial:
“Qualquer medicamento só pode ser comercializado por farmácias e drogarias e a venda fora destes estabelecimentos está irregular.
Para denúncias de problemas sanitárias é possível contata a própria vigilância sanitária do município ou a Anvisa pelo 0800642 9782.
Para todos os casos de falsficação identificados e confirmados pelos fabricantes autorizados são publicadas resoluções com determinação de apreensão para as autoridades locais”