A megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada na última terça-feira (28), ainda mobiliza as autoridades. Com oito corpos ainda sem identificação, a força-tarefa montada no Instituto Médico Legal (IML), na região central do Rio de Janeiro, segue trabalhando durante este fim de semana.
Os trabalhos contam com peritos de fora da cidade, que já identificaram 109 corpos. Pelo menos metade já foi liberado às famílias.
Como alguns dos mortos eram de outros estados, o IML solicitou acesso a bancos de dados de fora do Rio para cruzar informações e confirmar as identidades. A expectativa é que os laudos sejam divulgados em um prazo de 10 a 15 dias úteis.
Além da identificação do restante dos corpos, a investigação também trabalha em outros pontos.
Veja o que ainda falta ser esclarecido
Identificação dos mortos
Ainda falta esclarecer se todos os mortos na operação tinham histórico criminal. Quase 100 fuzis foram apreendidos durante os confrontos, mas não se sabe se todos os suspeitos que morreram portavam armas.
A polícia já disse que nenhum dos mortos estavam na lista dos mandados a serem cumpridos na operação, no entanto, segundo os agentes, mais de 40 contavam com algum mandado de prisão pendente por outros crimes e 78 tinham um relevante histórico criminal por crimes como homicídio, roubo e tráfico.
Dentre os mortos, segundo a polícia, há mais de 40 traficantes de outros estados como Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. A maioria, segundo os policiais, exercia cargos de liderança no Comando Vermelho, como por exemplo o traficante conhecido como PP, chefe do tráfico do Pará; “Chico Rato”, líder do tráfico em Manaus; e o traficante Mazola, que lidera o traduz em Feira de Santana, na Bahia.
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Identificação dos presos
Ainda falta esclarecer quantos presos tinham envolvimento com o crime organizado e se todos tinham ficha criminal. Segundo a polícia, dos 113 preso na operação, 33 eram de outros estados e apenas 20 estavam dentro dos mandados a serem cumpridos.
Câmeras corporais
Ainda não foi esclarecido se todos os policiais portavam os equipamentos em suas fardas e em que momento as câmeras interromperam os registros. Um dia após a operação, o Secretário da Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, afirmou que as baterias dos equipamentos, que tem duração de 12 horas, podem ter descarregado durante a operação. As imagens ainda não foram disponibilizadas aos órgãos de controle.
Denúncias de execução
Ainda é preciso esclarecer se todos os mortos foram atingidos em confronto. Denúncias de moradores indicam possíveis casos de execução. De acordo com os relatos, alguns traficantes teriam se rendido na área de mata e, ainda assim, executados. Há ainda denúncias de tortura e de corpos mutilados.