‘Japinha não existe’, diz mulher que teve imagem ligada à morte em megaoperação

Influencer Maria Eduarda disse que foi associada de forma errônea ao vulgo ‘Japinha do CV’; em meio à megaoperação, surgiram especulações sobre morte da jovem

Influencer Maria Eduarda disse que foi associada de forma errônea ao vulgo ‘Japinha do CV’

Após especulação sobre morte em megaoperação nos Complexos de Favelas da Penha e Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a jovem identificada como Maria Eduarda, também conhecida como Penélope, pronunciou-se pela primeira vez nesta quarta-feira (12) em vídeo publicado nas redes sociais.

Na gravação, Penélope negou ter o apelido de “Japinha do CV” que foi atribuído a ela. De acordo com a jovem, as imagens em que ela aparece armada com fuzil são da vida regressa, da qual ela afirma não fazer mais parte. O vídeo, que foi postado na madrugada desta quarta (12), já alcançou quase 3 milhões de visualizações.

“Eu to vivia. Isso tudo que aconteceu foi o que a internet criou. A internet já vinculou fotos e imagens minhas de uma vida passada da qual eu não levo mais. Essa tal de Japinha que estão falando aí não sou eu, essa menina não existe. Nem eu nem a outra menina que vincularam a esse nome. Meu nome é Maria Eduarda, conhecida como Penélope. Tem coisas da minha vida que eu prefiro deixar no passado do qual eu não levo mais pra minha vida hoje em dia, não faço parte”, disse Penélope.

Em meio à megaoperação, realizada no dia 28 de outubro, circularam nas redes sociais imagens e vídeos de uma pessoa caída no chão com o rosto desfigurado, baleada e vestida com trajes militares. Inicialmente, as imagens foram atribuídas a uma mulher identificada pelos vulgos ‘Japinha do CV’ ou ‘Penélope’.

No último dia 4, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) já havia afirmado que o registro divulgado era de Ricardo Aquino dos Santos, de 22 anos, e negou ter informações sobre “Japinha do CV”. Ricardo era da Bahia e tinha dois mandados de prisão ativos. Ele aparece na lista divulgada pela corporação, onde não consta nenhum nome feminino entre os 115 mortos identificados.

A Itatiaia entrou em contato com a Polícia Civil para saber se Maria Eduarda possui mandado de prisão em aberto, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

Veja vídeo:

Operação mais letal no Rio de Janeiro

A operação “Contenção”, que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, na última terça-feira (28), teve como alvo lideranças da facção do Comando Vermelho (CV). Durante a operação 121 pessoas foram mortas e 113 criminosos do Rio foram presos.

Quatro moradores foram atingidos por balas perdidas, incluindo uma mulher baleada dentro de uma academia. No dia da operação, vídeos registraram o momento em que traficantes do CV lançaram bombas contra policiais usando drones com bombas. Barricadas em chamas também foram criadas pelos criminosos.

A ação tinha como foco o cumprimento de 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará, parceiro na operação. Após a operação, o Rio de Janeiro mergulhou em caos, com inúmeras pessoas impedidas de voltarem para casa diante dos bloqueios em vias e linhas de ônibus interrompidas.

(Sob supervisão de Alex Araújo)

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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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