Um homem de 47 anos, suspeito de liderar um esquema de fabricação e venda de atestados médicos falsos, foi preso nesta quarta-feira (26) em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a fraude teria levado um turno inteiro de uma unidade prisional do estado a deixar de trabalhar.
“Esses atestados, pelo número excessivo e fora do padrão, estavam causando prejuízo ao serviço, às escalas de plantão, uma vez que ocorreram situações em que um turno inteiro apresentou atestados médicos antes de entrar ao serviço”, informou o delegado Magno Machado Nogueira, titular da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária.
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A apuração do caso
A investigação teve início a partir de um levantamento realizado pela Corregedoria da Polícia Penal e pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp-MG), indicando que havia um número expressivo de atestados médicos emitidos para servidores do sistema prisional.
“Identificou-se mais de 2 mil atestados médicos. Considerando apenas uma amostragem, somou-se mais de 36 mil dias de atestados de servidores que não compareceram ao trabalho”, acrescentou Nogueira.
Durante a operação, os policiais apreenderam 194 documentos preenchidos, assinados e carimbados, além de materiais usados na falsificação, como atestados e receituários em branco e carimbos adulterados. O material estava na residência do suspeito.
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A prisão
Durante a operação, a equipe da PCMG observou que o suspeito realizava entregas frequentes a motoboys e ocupantes de veículos. Ele foi abordado com um atestado médico já preenchido e pronto para entrega.
O homem foi autuado por falsificação de documento público, falsificação de documento particular e falsidade ideológica, crimes previstos nos artigos 297, 298 e 299 do Código Penal. As investigações continuam para identificar todos os beneficiários dos documentos falsos, possíveis intermediadores e demais envolvidos na cadeia ilícita.