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Profissionais citam ‘sobrecarga’ em centro de saúde após agressão a médico

Profissional foi atacado com soco no rosto por uma paciente que aguardava atendimento

Médico levou soco no rosto

Os profissionais do Centro de Saúde Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, divulgaram uma nota nesta sexta-feira (24) em reação à agressão sofrida por um médico da unidade, durante o expediente. No documento, assinado coletivamente, os trabalhadores e pedem respeito e condições seguras de trabalho.

O ataque foi na manhã desta sexta (24), quando o profissional levou um soco no rosto dado por uma paciente que aguardava atendimento. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a mulher, que é acompanhada pela própria equipe do posto, ainda quebrou um computador durante o episódio. Depois da confusão, os atendimentos foram suspensos e o protocolo de abordagem a episódios de violência foi acionado.

Segundo a PBH, a mulher foi encaminhada para tratamento de saúde.

Na carta, os mais de 100 servidores da unidade destacam que lidam diariamente com sobrecarga e limitações estruturais, muitas delas fora de seu controle, mas seguem se dedicando aos cuidados com a população. O centro de saúde é responsável por atender cerca de 26 mil moradores da região.

Nota na íntegra

“Em nome de todos os trabalhadores do Centro de Saúde do bairro Goiânia registramos nesta carta o sentimento que nos atravessa após a agressão sofrida pelo nosso colega de trabalho, na manhã do dia 24 de outubro de 2025.

Somos mais do que apenas funcionários dessa unidade, somos mais de 100 pessoas - filhos, mães, pais, maridos, esposas, cidadãos - que saem de suas casas todos os dias para ofertar cuidado para os 26.000 moradores da região.

Em nosso trabalho, nos dedicamos ao máximo para que a população seja atendida em suas demandas de saúde, que abrange além do físico, o psicológico e o social.

Nossa oferta, sofre diversas limitações que, muitas das vezes, estão fora da nossa governabilidade, mas há sempre um esforço para que essa oferta seja resolutiva.

Acreditamos que a violência nunca pode ser uma resposta diante das divergências, pressões ou frustrações. O diálogo e o respeito mútuo devem sempre prevalecer.

A agressão ocorrida, não fere, apenas a integridade física e emocional do profissional agredido, mas também atenta contra todos nós trabalhadores da saúde e os princípios de ética, respeito e dignidade humana que devem prevalecer em qualquer ambiente, principalmente em um Estado Democrático de Direito.

O sentimento é de insegurança e impotência! Diariamente encaramos nosso trabalho na incerteza que poderá acontecer conosco. Estamos sobrecarregados, e queremos condições seguras de trabalho!

À Comunidade do bairro Goiânia, reiteramos nosso compromisso contínuo com o cuidado à saúde e pedimos todo apoio necessário para o enfrentamento da violência. E dever de toda a sociedade valorizar e proteger àqueles que dedicam suas vidas ao cuidado com o próximo.

Reforçamos que continuaremos exercendo nosso trabalho com seriedade, coragem e dedicação, mesmo diante de todas as adversidades.”

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.