O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), reconheceu nesta sexta-feira (12), dia do aniversário de 128 anos, que a capital tem vários desafios a serem superados ao longo dos próximos anos. Nesta semana, a série especial Capital dos extremos: a BH de 128 anos repleta de história e desafios apontou várias dificuldades da capital de 2,3 milhões de moradores.
“Se você perguntasse qual o principal desafio, já seria impossível de responder. Porque são muitos. Mesmo você perguntando quais são os principais, me dando a oportunidade de colocar no plural, ainda é um desafio porque são muitos. Muitos por quê? Muitos porque Belo Horizonte ficou parada no tempo durante um bom tempo”, disse Damião, dando como exemplo o metrô.
“A gente viu o Rio de Janeiro crescer, São Paulo crescer, Salvador crescer. Todas essas grandes cidades e capitais brasileiras tendo desenvolvimento ao lado do metrô e tendo um metrô para falar de que é seu. E Belo Horizonte não viu. Belo Horizonte parou na briga política do governo municipal, que não conversa com o governo estadual; do governo estadual que não conversa com o governo federal; do governo federal que não conversa com o governo municipal. Ficou nisso. Belo Horizonte parou nisso e perdemos 20, 30 anos e agora a gente tem que recuperar”, ressaltou.
Damião avaliou que o impasse político resultou em outros problemas. “Isso fez com que outros desafios fossem aparecendo: o desafio do trânsito hoje, da mobilidade urbana e da passagem de ônibus. Por que que nós temos essa passagem de ônibus? Porque não temos um metrô suficiente para atender a população inteira. Por que que nós temos o trânsito desse jeito? Porque são muitos os carros que estão pelas ruas e que não precisariam estar se tivéssemos um metrô como tem nas outras grandes capitais do Brasil”, disse.
Apesar de reconhecer o atraso em relação ao metrô, Damião avalia que há avanço na Saúde e na Educação.
“São muitos os problemas. E aí eu nem estou falando da Saúde, porque nós estamos melhorando demais. São muitas UPAs, Centros de Saúde que nós estamos, não só revitalizando, mas construindo outros. A Educação, nossa, graças a Deus, é exemplo para o Brasil inteiro. Nossas EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil/Integral) são copiadas no Brasil inteiro.”
O prefeito ainda apontou como um dos desafios a desocupação de áreas, como no caso das famílias que vivem às margens da BR-381, na saída para Santa Luzia e Sabará, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. A duplicação da estrada, conhecida como ‘Rodovia da Morte’, é de responsabilidade do governo federal, mas a prefeitura auxilia com a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel).
A situação da população em situação de rua, segurança, enchentes e moradia estão entre os desafios a serem superados pela capital.
“Temos muita coisa boa, mas temos muitos desafios também. O desafio maior, se é um desafio maior, é a nossa forma de pensar Belo Horizonte. Pensar Belo Horizonte para os próximos 50 anos. É trabalhar Belo Horizonte pensando nos próximos 50 anos. É voltar com o Centro da cidade para o Centro da cidade. Fazer um Centro ainda maior, urbanizado, com prédios. Não podemos permitir que bairros ao lado do Centro da cidade, como Lagoinha, Concórdia, Colégio Batista, Barro Preto, não tenham prédios enormes e com a população morando próximo ao do centro. Esses bairros não podem ser bairros de galpões. Têm de ser bairros de moradia. De moradia, de prédios, de evolução”, disse.
No âmbito da valorização do Centro, a Câmara Municipal de Belo Horizonte analisa o projeto Operação Urbana Simplificada – Regeneração dos bairros do Centro. A proposta envolve o Centro e outros nove bairros: Lagoinha, Bonfim, Concórdia, Colégio Batista, Floresta, Santa Efigênia, Boa Viagem, Barro Preto e Carlos Prates.
O projeto prevê isenção de impostos, como ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) e IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), além de flexibilização da outorga onerosa. Para detalhar a proposta, a Itatiaia inicia nesta segunda-feira (24) uma série especial sobre o projeto.
Leia as matérias da série:
128 anos: do metro quadrado mais caro na Região Centro-Sul à falta do básico no lado Norte BH 128 anos: capital se divide em bairros ‘quase sem crimes’ e avanço de facções BH 128 anos: bairro da capital tem quatro ruas e caberia 2,3 mil vezes no maior BH 128 anos: a história da loja mais antiga da capital e um conselho a novos empresários BH 128 anos: com 5 moradores, bairro tem menos pessoas do que família que mora no Buritis