Mais de 270 animais morreram no Zoológico de BH em quase cinco anos

Zoológico de BH tem, atualmente, 3 mil animais de quase 200 espécies distintas

Chimpanzé Kelly morreu no Zoológico de Belo Horizonte

O Zoológico de Belo Horizonte registrou 273 mortes de animais entre 2021 e 2025. Os dados foram levantados pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica nesta quinta-feira (13), a pedido da Itatiaia, após as mortes da leoa Pretória e da chimpanzé Kelly nesta semana.

Do total de mortes, 168 são aves. Nesse mesmo período, foram 150 nascimentos no zoo ou chegadas de novos animais vindos de outras instituições.

O Zoológico de BH tem, atualmente, 3 mil animais de quase 200 espécies distintas. A leoa Pretória e a chimpanzé Kelly morreram durante processo de anestesia para procedimentos médicos. O prefeito de BH, Álvaro Damião (União Brasil), disse, em entrevista coletiva, que os casos vão ser investigados.

“A gente quer saber o que está acontecendo. Então, nós vamos procurar todos os canais que temos dentro do zoológico para saber o porquê da morte desses animais, mas lembrando que animais de grande porte como esses chamam muito mais atenção. Quando você perde um leão, um chimpanzé, um elefante, uma girafa, a comoção é muito maior”, afirmou Damião, que acrescentou:

“A nossa principal preocupação é dar qualidade de vida para os animais que habitam nosso zoológico. Entretenimento e lazer são consequência.”

Pretória chegou ao Zoológico de BH junto com Mafu; casal veio do Parque Beto Carrero World

Resgate de fauna

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) destacou que o plantel do Zoológico, em sua maioria, é composto por animais provenientes de resgate de fauna (por tráfico, apreensões devido a ilegalidade ou maus cuidados domésticos, ou outras ações humanas, que impossibilitam o retorno desses animais à natureza). “Esses animais resgatados, muitas vezes, já chegam ao Zoo com alto grau de debilidade em sua saúde, o que pode contribuir para a ocorrência de mortes com idades abaixo da expectativa média de longevidade ou resposta insuficiente aos tratamentos médico-veterinários”, diz o texto, que acrescenta:

“Além disso, muitos animais que chegam ao Zoo possuem idade mais avançada frente à expectativa de vida de suas respectivas espécies. Deve ser considerada também a expectativa de vida natural dessas espécies, como por exemplo as aves, cuja longevidade é menor, comparando-se a outros animais. Cabe destacar que a composição do plantel de um Zoológico é muito dinâmica (ocorrem óbitos, nascimentos, entradas e saídas de animais por permutas ou transferências entre zoos, por meio de Planos Nacionais de Conservação de espécies ou via parcerias diretas). Vale ressaltar que todas as movimentações – nascimentos, mortes ou permutas entre instituições, por exemplo – são registradas ou autorizadas pelos órgãos fiscalizadores, estadual e federal (IEF e Ibama)”.

Veja as mortes por ano:

2021 - 49
2022 - 74
2023 - 61
2024 - 54
2025 - 34

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.

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