A Prefeitura de Belo Horizonte recebe cerca de 25 chamados por dia para remoção de veículos abandonados nas ruas da capital. No entanto, muitos desses carros acabam não sendo retirados da via — e permanecem onde estão — por falta de espaço no pátio da BHTrans.
Segundo a empresa, a área destinada aos veículos comporta 148 automóveis, mas atualmente abriga 149, número acima da capacidade.
A situação gera um cenário de abandono nas ruas de BH e, segundo especialistas, pode trazer inclusive riscos à saúde pública. Diante desse quadro, a BHTrans anunciou mudanças.
Novo pátio com capacidade para 480 veículos
O superintendente de Operação da BHTrans, Márcio Pacheco, informou que a capital deve ganhar um novo pátio, com capacidade para mais 480 veículos. Um edital de licitação já foi publicado.
“A BHTR soltou na semana passada um edital de licitação para contratação de pátio e de reboque. A nossa pretensão é realizar o pregão eletrônico agora em dezembro. Todo o processo deve ser concluído por volta de fevereiro ou março do ano que vem. A expectativa é que, logo depois do Carnaval, já tenhamos o novo local definido e novas regras de remoção de veículos.”
Segundo Pacheco, a ampliação da estrutura deve agilizar o atendimento e reduzir o acúmulo de automóveis nas vias públicas.
Leia também:
Mudanças nos leilões de veículos
O superintendente também explicou que as regras para leilão dos veículos já apreendidos devem mudar. Hoje, o processo é lento por causa das restrições legais e financeiras que impedem a liberação dos automóveis.
“O desembaraço da documentação é muito moroso. Não conseguimos realizar dois leilões por ano. Estamos há cerca de seis meses tentando concluir um leilão.”
A BHTrans deve lançar, na semana que vem, o edital para leiloar os 149 veículos atualmente no pátio — além de cerca de 250 veículos recolhidos pela SLU há quatro ou cinco anos.
Moradores convivem com carros abandonados
Enquanto as mudanças não acontecem, ruas de Belo Horizonte seguem tomadas por carros abandonados. A Rua Monte Simplon, no bairro Nova Suíça, na Região Oeste, é um dos pontos mais críticos.
O empresário Pedro de Oliveira, morador da região, afirma que os veículos causam problemas no trânsito, insegurança e risco de proliferação de insetos. Ele próprio, porém, admite que acabou deixando o carro na rua após um acidente.
“Infelizmente, entrei na roda. Envolvi-me em um acidente à noite, no período de chuva, e bati no barranco. Enquanto aguardo o sinistro do seguro, meu carro ficou aqui. Coincidentemente, vocês vieram me perguntar e era logo o meu.”
O que diz a Prefeitura de BH
Em nota, a prefeitura informou que, para que a fiscalização ocorra, é necessário que o próprio cidadão registre a ocorrência de veículo abandonado no Portal de Serviços.
A partir do registro, equipes da administração municipal avaliam a situação e decidem se o carro deve ser recolhido.
