O Pará ocupa a primeira colocação entre os estados com o maior número de áreas classificadas como de risco alto e muito alto na Amazônia Legal, totalizando 1.113 áreas (41,3% do total) nessas condições. Os dados estão no Atlas de Risco da Amazônia, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O Amazonas está na segunda colocação, com 792 setores identificados, o que representa 29,4% do total.
Juntos, Pará e Amazonas abrigam quase três quartos das áreas mais vulneráveis do território amazônico.
A pesquisa abrangeu 2.693 setores em 354 municípios da Amazônia Legal, com 61% deles considerados de risco alto e 39% de risco muito alto.
Atlas de risco geológico e hidrológico da Amazônia mostra números da região
As principais causas de vulnerabilidade no estado incluem a ocupação irregular nas margens de rios e igarapés, a ausência de drenagem urbana e a expansão do desmatamento em áreas rurais.
“O fenômeno dos riscos e desastres na região amazônica do Brasil não se deve apenas à ocorrência de eventos naturais associados a processos geológicos e hidrológicos. Eles são profundamente influenciados pelas condições de vulnerabilidade da população e pelas atividades sociais e econômicas, que podem intensificar os impactos e/ou diminuir a capacidade de resposta”, afirma o Atlas.
Na Amazônia Legal, a pesquisa estima que aproximadamente 1,47 milhão de pessoas residem em áreas de risco, o que representa 5,2% da população da região.
Apenas os estados do Pará e do Amazonas concentram cerca de 567 mil cidadãos nessa situação.
Em termos proporcionais, o Acre destaca-se como o estado com a maior fração de sua população em situação vulnerável (10,2%), seguido pelo Amapá (5,76%), Amazonas (5,10%) e Pará (4,6%).
O Atlas também evidencia uma relação direta entre o número de pessoas e a quantidade de residências localizadas em áreas suscetíveis.