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La Niña pode se formar em setembro e influenciar clima em MG e no Brasil

Chance de formação do La Niña durante a primavera aumentou para 56%; meteorologista do Inmet explica que impactos devem ser sentidos no Brasil apenas no verão

Em Minas Gerais, La Niña pode gerar maior ocorrência de períodos de chuva quase contínua por vários dias

A chance de formação do La Niña no Hemisfério Sul durante a primavera aumentou para 56%, segundo a Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA). O fenômeno influencia o resfriamento anormal das águas superficiais da faixa equatorial do Oceano Pacífico e pode impactar as temperaturas e a ocorrência de chuva no Brasil.

Com um aumento na probabilidade de formação, o fenômeno subiu para o estágio conhecido como ‘Alerta’. Segundo trecho do relatório, as temperaturas abaixo da média na superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial já apresentam características típicas do fenômeno climático.

A previsão do órgão americano é que o La Niña se forme na primavera. A estação do ano, que sucede o inverno e precede o verão, está prevista para começar no dia 22 de setembro e terminar no dia 21 de dezembro. Apesar de se formar na estação das flores, a tendência, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Anete Fernandes, é que o fenômeno afete o Brasil nos meses de verão.

“Normalmente, Niño e Niña iniciam a configuração na costa Oeste da América do Sul e se propagam ao longo dos meses em direção ao Pacífico Central. A medida que o resfriamento (Niña) ou aquecimento (Niño) se propaga sobre no Pacífico, a resposta atmosférica afeta certas áreas do globo”, explica Anete Fernandes à Itatiaia.

De acordo com a meteorologista, no Brasil, o fenômeno começa a gerar influência quando atinge uma área no Pacífico Central chamada de Niño 3.4. Anete Fernandes detalha que o La Niña demora cerca de 4 meses desde a configuração para atingir essa área. “Portanto, caso o fenômeno se configure na primavera, somente afetará o Brasil nos meses de verão”, reforça à reportagem.

Influência do La Niña em Minas Gerais

Em Minas Gerais, a influência do La Niña é, principalmente, na temperatura. Conforme Anete Fernandes, em anos de La Niña, as temperaturas variam de normal a abaixo da média. No caso do verão, é possível esperar uma estação com temperaturas mais amenas.

Outra influência do fenômeno está relacionada à ocorrência de chuvas. Em anos de La Niña, existe uma maior configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que corresponde àqueles períodos de chuva quase contínua por vários dias.

Influência em todo o Brasil

O fenômeno exerce influência em todo o país, mas com uma variação entre as características. As Regiões Centro-Oeste e Sudeste possuem uma estação chuvosa nos meses de verão. O mesmo parâmetro se reflete na Região Amazônica e Nordeste. Já a Região Sul experimenta escassez de chuva.

*Sob supervisão de Lucas Borges

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas