Estudo aponta microplásticos em 7 de cada 10 praias do Brasil

Pesquisa analisou mais de mil praias em 17 estados do litoral brasileiro; estados como Paraná e São Paulo concentram os maiores índices

Praia

Um estudo com alcance nacional apontou que cerca de 7 em cada 10 praias do Brasil apresentam contaminação por microplásticos. O levantamento analisou 1.024 praias e identificou poluição em 69,3% delas. Os dados foram publicados em 24 de setembro na revista Environmental Research. As informações são do Clima Tempo.

Os microplásticos são fragmentos muito pequenos, com menos de cinco milímetros — tamanho parecido com um grão de arroz — e podem causar impactos na vida marinha, na cadeia alimentar, na saúde humana e também em atividades econômicas ligadas ao mar e ao litoral.

A pesquisa faz parte do projeto MicroMar, coordenado pelo Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Segundo os pesquisadores, trata-se do maior estudo padronizado já realizado sobre microplásticos, tanto no Brasil quanto em países do chamado Sul Global.

Os pesquisadores analisaram praias de 211 municípios, em todos os 17 estados do litoral brasileiro, cobrindo cerca de 7,5 mil quilômetros de costa. Entre 2022 e 2023, foram coletadas 4.134 amostras de areia, todas analisadas no mesmo laboratório.

Os estados com maior concentração média de microplásticos foram Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco. Entre as 30 praias mais contaminadas, oito ficam em Pontal do Paraná (PR). A praia de Barrancos liderou o ranking em quantidade de fragmentos por quilo de areia.

Nessa análise, praias com menos plástico, mas com materiais mais perigosos — como o PVC — passaram a ocupar posições mais altas no ranking de risco ambiental.

Riscos para o meio ambiente e para as pessoas

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Segundo os pesquisadores, os microplásticos podem ser ingeridos por organismos marinhos, desde o plâncton até os peixes, afetando o crescimento e a reprodução dessas espécies e causando um efeito em cadeia no ecossistema.

Para os seres humanos, o principal risco é indireto, por meio do consumo de peixes e frutos do mar contaminados. Para banhistas, o contato com microplásticos na areia não representa risco imediato, mas os fragmentos podem absorver substâncias tóxicas, como metais pesados e pesticidas, além de microrganismos.

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