Ouvindo...

Promotor que investiga PCC defende criação de novo tipo de pena para integrantes da facção

“A gente tem que modular esses aspectos. Se tudo é máfia, nada é máfia”, disse Lincoln Gakyia, do MP-SP, durante evento, nesta quarta-feira (28), em São Paulo

O promotor Lincoln Gakyia, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), principal responsável por investigar o PCC (Primeiro COm, defendeu nesta quarta-feira (28) a criação de um novo tipo penal para enquadrar integrantes da maior organização criminosa do Brasil.

Para Gakyia, o PCC atingiu um nível de complexidade de atividades econômicas, domínio territorial e infiltração no Estado que o coloca em um patamar.

“A gente tem que modular esses aspectos. Se tudo é máfia, nada é máfia. A gente precisa ter cuidado na formatação desta capitulação legal de organização criminosa do tipo mafiosa, deixando bem claro que não são as organizações criminosas às quais nós estamos acostumados”, explicou o promotor.

A fala foi feita dada durante o II Seminário Internacional de Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, realizado pelo IREE e Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em São Paulo.

“Levando esse conceito para o campo do exemplo, uma organização criminosa voltada para crimes tributários, sonegação de imposto, não tem poder de intimidação, não tem influência nas eleições, na economia, controle territorial e infiltração no estado. Essas características já diferenciam e muito as organizações criminosas”, ressaltou.

Lincoln Gakyia disse que o conceito de máfia no contexto brasileiro deve ser percebido de uma maneira diferente do contexto italiano, onde há muitas vezes relações familiares entre as cúpulas das organizações.

“Máfia é um tipo de organização criminosa. Claro que algumas das máfias italianas, como a Gomorra, a Cosa Nostra, são ligadas principalmente por laços sanguíneos. Mas basicamente são organizações que precisam da conquista do território, usam meios de intimidação, códigos de silêncio e têm uma finalidade basicamente econômica. É disso que se tratou na Itália e é isso que está acontecendo no Brasil hoje”, pontuou.

Leia também

Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.