Mais de 219 mil bebês prematuros e de baixo peso internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIs) foram beneficiados, em 2024, com
A iniciativa, integra as ações da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), considerada a maior e mais complexa do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde, durante um evento Pré-COP 30, realizado em Belém (PA).
Durante o evento, que reuniu representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), foi lançada a campanha nacional “Doação de Leite Humano: um gesto humanitário que alimenta esperança”. A proposta é sensibilizar mais mulheres que amamentam a se tornarem doadoras, reforçando o papel vital do leite materno na recuperação de recém-nascidos em estado crítico.
Leite materno salva vidas
Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno é essencial para proteger bebês contra infecções, diarreias e alergias. Estudos apontam que ele pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
A coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Sônia Venâncio, destacou a importância das doações: “Os recém-nascidos prematuros têm no leite humano a oportunidade de se fortalecerem e se recuperarem mais rápido. A doação é um compromisso com a vida e o bem-estar das futuras gerações.”
O papel da doação ganhou ainda mais destaque em emergências, como a crise climática que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024. Em apenas 24 horas, o estado registrou a coleta de 768 litros de leite humano, destinados à alimentação de recém-nascidos afetados pelas enchentes.
ODS e sustentabilidade
O evento da Pré-COP 30 reforçou a contribuição do aleitamento materno para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 3 da ONU — Saúde e Bem-Estar. A proposta é eliminar mortes evitáveis, de recém-nascidos e de crianças até 2030.
A próxima Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU, a COP 30, está marcada para novembro deste ano, em Belém. A expectativa é que o leite humano seja reafirmado como um alimento sustentável, de baixo custo e com alto impacto social.
Como se tornar uma doadora
Toda mulher que esteja amamentando e esteja saudável — sem uso de medicamentos que interfiram na lactação — pode doar leite. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano conta atualmente com 237 unidades em todos os estados e no Distrito Federal.
A coleta pode ser feita em casa. Confira o passo a passo:
- Cubra os cabelos, use máscara e lave bem as mãos com água e sabão;
- Use frasco de vidro com tampa plástica rosqueável, previamente fervido por 15 minutos;
- Realize a extração do leite, feche o frasco, anote seu nome e a data da coleta e leve ao congelador;
- Leve o leite ao Banco de Leite mais próximo em até 10 dias após a extração, em caixa ou bolsa térmica limpa com gelo.
Para localizar o banco de leite mais próximo, acesse o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.