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Um ano após enchentes no RS, cavalo Caramelo leva ‘vidão’, mas cães e gatos seguem sem lar

Um ano após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, cavalo ‘Caramelo’ resgatado em telhado vive sob cuidados em hospital veterinário

Um ano após tragédia no RS, cavalo Caramelo está mais saudável do que nunca

Um ano após passar quatro dias ilhado no telhado de uma casa durante as enchentes que devastaram o estado do Rio Grande do Sul, o cavalo Caramelo se recupera com saúde e atenção redobrada no pátio do hospital veterinário da Ulbra, em Canoas (RS).

Desde a tragédia, ele vive sob os cuidados de Roque Hennicka, funcionário do hospital há 22 anos.

Recuperação após a tragédia

Com cerca de oito anos de idade, Caramelo foi resgatado na noite de 9 de maio de 2024 no bairro Mathias Velho, em Canoas, por bombeiros voluntários de São Paulo. Desnutrido e desidratado, foi internado no hospital veterinário da Ulbra, onde passou a ser cuidado por uma equipe médica e veterinários voluntários.

A recuperação foi rápida: em duas semanas, superou a desidratação, e em menos de dois meses ganhou 50 kg. Desde então, Caramelo se tornou figura pública, participando da abertura da Expointer, de eventos como o Acampamento Farroupilha e até de quadros televisivos. Hoje, a universidade mantém uma conta no Instagram dedicada a ele, com mais de 100 mil seguidores, e planeja construir um santuário permanente.

Abrigos ainda lotados

Apesar do final feliz de Caramelo, a situação de milhares de outros animais resgatados durante a tragédia ainda é preocupante. Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), cerca de 20 mil animais foram salvos nas enchentes de maio de 2024. Muitos voltaram para seus lares ou foram adotados, mas outros ainda vivem em abrigos.

Na sexta-feira (18), 803 cães e 75 gatos permaneciam acolhidos em 11 abrigos de Porto Alegre e Canoas, segundo sistema estadual de gestão de animais ( SisPetRS). Só em Canoas, 587 cães e 51 gatos vivem em oito instituições, que operam com 81% da capacidade.

Para lidar com a demanda, cidades afetadas aderiram a um programa emergencial estadual, que repassa R$ 108,85 mensais por animal para custeio de abrigo, castração, vacinação e microchipagem. Arroio do Meio, no Vale do Taquari, também iniciou o processo de adesão neste ano.

A tragédia animal vai além dos animais domésticos. Segundo relatório da Emater-RS, as enchentes causaram a morte de 1,2 milhão de aves, 17,2 mil bovinos e 14,8 mil suínos, além de 937,9 toneladas de peixes e milhares de caixas de abelhas.

Enquanto Caramelo virou um marco da superação da tragédia, muitos animais seguem desabrigados.

* Sob supervisão de Lucas Borges

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas