O cavalo ‘Caramelo’ foi salvo na manhã desta quinta-feira (9) por equipes de resgate do Exército brasileiro. O animal ficou dias sem alimento e água e estava ilhado em cima de um telhado no município de Canoas, no Rio Grande do Sul.
Em entrevista a Itatiaia, Bruno Divino, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG) deu detalhes sobre as condições de sobrevivência de equinos em casos de falta de água e alimentos. Conforme o profissional, apesar dos cavalos serem considerados rústicos por muitas pessoas, na verdade, são animais muito sensíveis.
“Eles podem ficar entre 24h e 48h sem beber água, mas sem alimentação, as fezes podem ficar retidas, obstruir o intestino e causar cólicas. A cólica em cavalos é uma das principais causas de mortes de equinos”, afirma.
Resgate
Os primeiros vídeos da cavalo ilhado em cima do telhado foram veiculados na manhã dessa quarta-feira (8), no entanto, o resgate do animal somente foi feito na manhã desta quinta-fera (9) - o que significa que ‘Caramelo’ ficou pelo menos 24 horas em pé. Divino explica, que, apesar da preocupação sobre período em que a égua ficou na mesma posição, esse não é um fator de risco para o animal.
“Cavalos apresentam um sistema muito parecido com o das aves. Eles conseguem dormir em pé, porque possuem tendões e uma musculatura que permite que eles fiquem nessa posição sem exigir muito esforço. Diferentemente, das vacas, por exemplo, que precisam dormir deitadas”, pontua.
Para os equinos, inclusive, a posição de repouso não é muito recomendada. “Cavalos e éguas, quando deitados, apoiam aproximadamente um peso de 500 kg sobre as articulações e sobre os órgãos, o que pode causar uma paralisia dos nervos”, esclarece. Esse também é o motivo pelo qual os veterinários responsáveis pelo resgate de ‘Caramelo’ explicaram que o animal de não poderia ficar muito tempo deitado após ter sido sedado durante o resgate.
Próximos passos para ajudar ‘Caramelo’
Divino explica que, após o resgate, a prioridade dos veterinários é garantir a reidratação da égua e fornecer um feno de altíssima qualidade. “Ela deve receber uma dose enorme de soro, cerca de 40 a 60 litros”, esclarece.
Depois, ele recomenda que os profissionais avaliem se há algum ferimento ou corte, para serem feitos tratamentos.