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Caso Gritzbach: MP denuncia seis pessoas por envolvimento na execução do delator do PCC

São eles dois mandantes e quatro executores do crime, que ocorreu em novembro do ano passado, no Aeroporto de Guarulhos (SP)

Seis acusados de participarem da execução do delator do PCC, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, no ano passado, no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, foram denunciados pelo Ministério Público, nesta segunda-feira (17). O MP pediu ainda a conversão dos mandados de prisões temporárias em preventivas.

Além do homicídio de Gritzbach, três policiais militares e três outros homens foram denunciados pelo MP pelo assassinato de um motorista de aplicativo, vítima de bala perdida, e duas tentativas de homicídio contra duas pessoas feridas por estilhaços dos disparos.

O cabo Denis Martins e o soldado Ruan Rodrigues são acusados de usarem fuzis para matar Gritzbach. Já o tenente Fernando Genauro é acusado de ajudar a dupla na execução ao levá-los de carro até o local do crime e depois ajudá-lo a fugir. Os três agentes da PM estão presos.

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Kauê Amaral, apontado como “olheiro”, foi acusado de passar informações aos atiradores e monitorar Gritzbach no aeroporto até que fosse executado. Emílio Gongorra, o “Cigarreira”, e Diego Amaral, o “Didi”, são considerados os mandantes do assassinato do delator. Os três estão foragidos e são procurados.

De acordo com a Polícia Civil, Gritzbach foi morto por vingança. O inquérito tem mais de 5 mil páginas. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), “Cigarreira” mandou matar o desafeto Gritzbach para vingar Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, traficante assassinado numa emboscada em 2021. Além dele, o seu motorista, Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”, morreu no ataque.

A morte dos amigos, um suposto desfalque financeiro e a delação de Gritzbach, em que ele aponta ligações entre agentes do estado e criminosos do PCC, levaram “Cigarreira” a arquitetar a execução.

Gritzbach entregou esquemas criminosos do PCC e depois denunciou policiais por corrupção em depoimentos ao Ministério Público. Ele respondia a processo acusado de lavar dinheiro da facção por meio da compra e venda de imóveis e postos de combustíveis.

Em troca da deleção, o MP pediria à Justiça para Grtizbach não ser condenado por associação criminosa. Responderia somente pela corrupção.

O indiciamento foi por homicídio quintuplamente qualificado. Os investigadores apontam os seguintes agravantes: Motivo torpe (para causar pânico e demonstrar o poderio da organização criminosa); uso de meio que possa resultar perigo comum (utilização de armas de calibre restrito no aeroporto mais movimentado da América Latina, em plena luz do dia e horário de movimento); por emboscada ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (execução no desembarque do aeroporto, em frente à família da vítima); assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outros crimes; e com emprego de armas de fogo de uso restrito.

Em fevereiro, 12 pessoas se tornaram réus, sendo oito policiais civis, por envolvimento com o PCC, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e diversos outros crimes. A investigação tem ligação com o caso Gritzbach.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.