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Imagens mostram militar filmando adolescente que ateou fogo em morador de rua no RJ

Câmeras de segurança flagraram militar assistindo às cenas e crueldade e transmitindo imagens do crime ao vivo no Discord

O militar Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva de 20 anos, é apontado como o responsável por arquitetar e gravar o crime

Novas imagens mostram o momento em que um adolescente de 17 anos ateou fogo em um homem em situação de rua no Rio de Janeiro (RJ). Enquanto isso, um militar fazia uma live no Discord para transmitir as cenas crueis.

Câmeras de segurança flagraram o jovem atirando dois coquetéis molotov em Ludierley Satyro José, de 46 anos. O militar Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, de 20 anos, estava ao lado com o celular na mão.

A dupla fugiu enquanto a vítima tenta tirar a roupa para apagar as chamas. Ludierley está internado e precisa passar diariamente por balneoterapia - raspagem da pele queimada com um bisturi.

Ludierley narrou como foi o momento em que foi atacado. Em entrevista ao g1, explicou que foi acordado com a explosão dos coquetéis molotov e se deparou com o próprio corpo em chamas. “Pouco depois da uma da madrugada, eu escutei um barulho e já senti o meu corpo queimando. Apavorei, comecei a pedir ajuda, mas não tinha ninguém na rua. Tirei toda roupa e fiquei pelado na rua para apagar o fogo”, conta.

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O militar Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva de 20 anos, é apontado como o responsável por arquitetar e gravar o crime. Ele vai responder por tentativa de homicídio triplamente qualificado - mediante pagamento, com emprego de fogo (recurso que impede a defesa da vítima) e por motivo torpe.

Ele também será indiciado por associação criminosa, apologia ao nazismo, corrupção de menores e armazenamento de conteúdo de abuso sexual contra crianças, já que no celular dele os agentes apreenderam imagens de abuso sexual envolvendo menores.

O adolescente foi apreendido e prestou depoimento na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). Ele deve responder por fato análogo à tentativa de homicídio triplamente qualificado e por armazenamento de imagens de abuso sexual infantil.

Relembre o caso

O caso aconteceu no último mês, na avenida Geremário Dantas, no bairro do Pechincha, na Zona Oeste do Rio, quando O vídeo do ataque viralizou nas redes sociais.

As investigações apontaram que o ataque foi motivado por um desafio em que o adolescente receberia R$ 2 mil. Ainda segundo a polícia, o adolescente participa de comunidades ligadas a crimes de ódio, inclusive de cunho neonazista. Um de seus codinomes é “eu odeio favela”. Na casa dele, os policiais apreenderam toucas, luvas e uma faca.

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.