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Militar que gravou adolescente ateando fogo em homem em situação de rua e postou na internet é preso

Cenas do ataque foram transmitidas ao vivo pelo Discord; polícia encontrou cenas de abuso sexual infantil no celular do jovem

Militar que gravou adolescente ateando fogo em homem em situação de rua e postou em rede sociais é preso.

Policiais da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) prenderam, nessa sexta-feira (21), no Rio de Janeiro, o homem que filmou um adolescente ateando fogo em um morador em situação de rua. O militar Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva de 20 anos, é apontado como o responsável por arquitetar e gravar as cenas de crueldade.

Miguel vai responder por tentativa de homicídio triplamente qualificado - mediante pagamento, com emprego de fogo, recurso que torna impossível a defesa da vítima e motivo torpe. Ele também será indiciado por associação criminosa, apologia ao nazismo, corrupção de menores e armazenamento de conteúdo de abuso sexual contra crianças já que no celular dele os agentes apreenderam imagens de abuso sexual envolvendo menores.

Relembre o caso

O caso aconteceu nessa quinta-feira (20), na avenida Geremário Dantas, no bairro do Pechincha, na Zona Oeste do Rio, quando um adolescente de 17 anos ateou fogo em um homem em situação de rua e transmitiu as imagens ao vivo nas redes sociais.

Segundo o vídeo, ele prepara dois coquetéis molotov e arremessa os explosivos contra Ludierley Satyro José, de 46 anos, que estava dormindo em uma calçada. A vítima teve queimaduras em quase todo corpo e está internada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, com quadro de saúde estável.

O vídeo do ataque viralizou nas redes sociais e o adolescente foi apreendido pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), onde prestou depoimento. Segundo a polícia, as cenas de crueldade foram transmitidas ao vivo pelo aplicativo Discord, uma plataforma de comunicação muito popular entre os jovens, mas que também é usado para prática e disseminação de conteúdos criminosos.

As investigações apontaram que o ataque foi motivado por um desafio que o adolescente participou e que ele teria recebido cerca de R$ 2 mil para isso. Ainda segundo a polícia, o adolescente apreendido participa de comunidades ligadas a crimes de ódio, algumas delas de cunho neonazista. Um de seus codinomes é “eu odeio favela”. Na casa dele os policiais apreenderam os materiais usados no ataque como toucas, luvas, e uma faca. No celular do jovem os agentes também encontraram imagens pornográficas envolvendo menores de idade.

O adolescente vai responder por fato análogo à tentativa de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe e meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e ainda por armazenamento de imagens de abuso sexual infantil.

A polícia agora tenta identificar as pessoas que assistiram à transmissão.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.