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Justiça manda soltar repórter esportivo baleado por PM no Rio de Janeiro

Igor Melo, repórter e estudante universitário, está em estado grave no Hospital Getúlio Vargas, na Penha; família diz que ele estava em uma moto de aplicativo voltando do trabalho

Igor Melo, torcedor do Botafogo e jornalista, foi baleado no Rio de Janeiro

O repórter esportivo Igor Melo de Carvalho e o motorista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves, presos em flagrante por suspeita de assaltar a esposa de um policial militar aposentado no Rio de Janeiro, passaram por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (25) e tiveram a prisão relaxada pela Justiça. A informação foi confirmada à Itatiaia pelo Tribunal de Justiça do estado.

Igor estava sob custódia no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte da capital fluminense. O estudante de Publicidade e Propaganda foi baleado na noite de segunda-feira (24), quando voltava do trabalho para a casa de transporte de aplicativo. O condutor da moto, Thiago Marques Gonçalves, também foi preso.

Em depoimento, o policial militar aposentado Carlos Alberto de Jesus, de 61 anos, afirmou que atirou em Igor porque ele teria sacado uma arma. O agente acusa Igor e Thiago de assaltarem a esposa dele à mão armada e levarem o celular dela. Apesar da acusação, a polícia não encontrou nenhuma arma com a dupla e nem o aparelho que teria sido roubado.

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Segundo informações da família, após ser baleado, Igor ligou para colegas de trabalho que o levaram até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. A polícia foi até a unidade de saúde para prender Igor, que é mantido internado sob custódia. O motorista da moto também foi preso.

A prima de Igor, Pâmela Carvalho, afirma que Igor foi atingido pelas costas e passou por cirurgia. “Perdeu o rim e está com o estômago e o intestino bastante afetado”, disse.

“O Igor é um homem negro, estudante de Publicidade e Propaganda da Faculdade Celso Lisboa onde ele também trabalha como inspetor e, para complementar a renda, ele trabalha como garçom na Batuque Casa de Samba. Todo esse caso aconteceu porque uma senhora foi assaltada e ela, junto com seu marido, um policial da reserva, resolveram fazer justiça com as próprias mãos”, lamentou Pâmela.

“Viram o meu primo, um homem negro em cima de uma moto, e acharam que ele e o rapaz que estava pilotando a moto, poderiam ter envolvimento com o assalto. O Igor é um estudante, um trabalhador, um pai, um irmão, um filho, um primo, que sequer tem passagem pela polícia”, completou.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.