Uma operação realizada nesta terça-feira (4) pela Força-Tarefa criada para investigar o assassinato de Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), encontrou 23 celulares e outros objetos proibidos no Presídio da Polícia Civil, na Zona Norte de São Paulo. O material foi apreendido nas celas onde estavam detidos policiais civis denunciados por Gritzbach, morto em novembro do ano passado no terminal do Aeroporto de Guarulhos.
De acordo com as investigações, dois policiais presos desde setembro mantinham contato com pessoas de fora do presídio para atrapalhar as investigações e coagir uma testemunha a omitir informações em seu depoimento. Eles foram denunciados por integrar e liderar uma organização criminosa armada, envolvida em crimes como usura, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros delitos contra a administração pública.
Durante a operação, foram apreendidos 23 celulares, avaliados em R$ 21.672,15, 14 carregadores, 26 fones de ouvido, entorpecentes, moedas estrangeiras (dólares e euros) e um notebook. Atualmente, o presídio abriga 69 detentos.
Além disso, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra um delegado da Polícia Civil investigado por suposta participação no esquema criminoso. Mais de 80 agentes foram mobilizados para a ação, que recebeu o nome de Operação Video Vocacionis – uma referência à expressão “videochamada” em latim, já que os presos utilizavam esse recurso para se comunicar com seus interlocutores.
Coação a testemunha
Segundo o MPSP, os policiais presos, com a ajuda de dois familiares, atuaram para obstruir as investigações sobre a organização criminosa. Eles pressionaram um dos coautores do crime a omitir informações em seu depoimento. Os dois agentes, detidos desde setembro do ano passado, foram formalmente acusados de liderar uma organização criminosa armada, dedicada a crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A operação reforça as suspeitas de que o esquema criminoso contava com a participação de agentes públicos, incluindo o delegado alvo do mandado de busca e apreensão. A investigação segue em andamento, e novas medidas podem ser adotadas para desarticular a rede criminosa.