Um motorista de aplicativo trocou de carro, parou de trabalhar com transporte de passageiros e se mudou do Brasil após ser rendido ao entrar em uma favela no
O caso aconteceu em dezembro do ano passado na Cidade Alta, conjunto de favelas localizado no bairro de Cordovil, na Zona Norte da capital fluminense. A área é denominada pelo tráfico como “Complexo de Israel”.
Câmeras de segurança instaladas no veículo flagraram o episódio.
O motorista estava com uma passageira e seguia o GPS. Ele dirigia pela Rua Lyrio Mauricio da Fonseca, quando se deparou com uma “trincheira” escavada no asfalto, uma espécie de barricada montada por criminosos da região para controlar o fluxo de veículos.
O homem, então, dá meia volta e entra na Estada do Porto Velho, que desemboca na Avenida Brasil.
Na via, ele é abordado por uma dupla, que estava escondida e armada com fuzis.
A passageira e pedestres gritam para o motorista abaixar os vidros: “abaixa o vidro, moço”. Os bandidos pedem para ele sair do carro e deitar no chão. Após ser humilhado, o motorista pediu perdão para os criminosos, que alegaram que ele entrou na favela “voadão”, gíria que significa “em alta velocidade”.
“Eu estou trabalhando! Perdão, perdão, mano! Sou Uber! Pode ver aí que estou trabalhando para a moça! Perdão, mano, de verdade! Perdão, não olhei! Eu estava olhando o caminho aqui e não vi! Faço o quê? Meia volta?”, disse o motorista.
As vítimas não registraram a ocorrência em uma delegacia. No entanto, ao tomar conhecimento do fato, a Polícia Civil informou que “a 38ª DP (Brás de Pina) iniciou uma investigação” e “agentes realizam diligências para identificar os autores”.