Ouvindo...

Marina Lima lamenta a morte do irmão, o escritor Antonio Cicero e posta homenagem

Escritor era membro da Academia Brasileira de Letras e letrista de artistas como Adriana Calcanhoto, Lulu Santos, Gal Costa e a própria irmã

Marina Lima e Antonio Cicero falaram sobre parceria.

Irmã do poeta, escritor e letrista Antonio Cicero, a cantora Marina Lima, usou suas redes sociais para lamentar a morte do irmão, nesta quarta-feira (23), que teve sua obra reconhecida como patrimônio brasileiro ao se tornar membro da Academia Brasileira de Letras, em 2017. Em sua postagem, ela colocou o símbolo de luto e o nome de Antonio. Nos comentários, recebeu o apoio de seguidores e amigos, incluindo famosos.

Em 2018, os irmãos participaram de entrevista no Conversa com Bial, e falaram sobre o álbum “Novas Famílias”, que lançaram juntos, além de comentarem sobre música, política e literatura. Marina inclusive contou que foi a música que os aproximou.

“Foi a música que nos aproximou. Quando eu tinha 10, ele tinha 20, não tinha nada em comum”, disse Marina. “Depois ficamos mais parecidos, a idade vai achatando a diferença”, respondeu Antonio, que continuou: “Marina pegou um poema meu e botou uma música sem eu saber. [...] Mas depois que eu ouvi, eu amei, adorei aquilo e nós começamos a inverter o processo, ela pegar a música e eu botar a letra”.

No dia seis de outubro deste ano, Marina postou também uma mensagem de aniversário ao ‘querido irmão’.

A postagem dizia: "É hoje 🎉👏🏽❤️! O aniversário do meu querido irmão Antonio Cicero. Cicero é meu maior parceiro nesses anos todos de carreira, um grande letrista, poeta e filósofo que tenho a alegria de ser irmã. Querido Cicero, que seu ano seja repleto de saúde, amigos, trabalho e muitas gargalhadas que só você sabe dar;). 🤓 Um beijo imenso”.

Marina Lima desejou feliz aniversário para o irmão Antonio Cicero, no dia 6 de outubro em suas redes sociais.

Dentre os sucessos de Marina compostos pelo irmão, músicas como “A Chave do Mundo”, “Transas de Amor (Os Sonhos de Quem Ama)”, “Tão Fácil”, “Maneira de Ser"e “Memória Fora de Hora” também foram feitas pelo escritor.

A morte do poeta

O poeta e filósofo Antonio Cicero, morreu aos 79 anos, nesta quarta-feira (23). Ele era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2017 e recebeu, nos últimos anos, um diagnóstico de Alzheimer. Ele vinha tratando problemas neurológicos decorrentes da doença.A morte do acadêmico aconteceu por meio de procedimento de morte assistida em Zurique, na Suíça, onde ele estava ao lado do marido Marcelo Pies.

Segundo a ABL o corpo será cremado e não haverá velório. O poeta estava na Suíça com seu companheiro, Marcelo Fies, e teve uma morte assistida

Leia também

Trajetória

Nascido no Rio de Janeiro em 6 de outubro de 1945, Antonio Cicero foi compositor, poeta, crítico literário, filósofo e escritor. Entrou para a Academia Brasileira de Letras em 10 de agosto de 2017, na Cadeira 27, na sucessão de Eduardo Portella.

Filho dos piauienses Amélia Correia Lima e Ewaldo Correia Lima, um dos intelectuais fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), tendo sido também diretor do BNDE durante o governo JK. Em 1960, Ewaldo assumiu um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que então acabava de ser criado, e toda a família se transferiu para Washington, D.C.. onde Antonio Cicero fez seus estudos secundários.

De volta ao Brasil, Cicero cursou filosofia na PUC do Rio de Janeiro e, depois, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Em 1969, devido a problemas políticos, foi para Londres, onde concluiu o curso de filosofia na Universidade de Londres. Em 1976, fez pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, onde estudou grego e latim, o que lhe permitiu ler no original clássicos como Homero, Píndaro, Horácio e Ovídio. Posteriormente lecionou Filosofia e Lógica, em universidades do Rio de Janeiro.

Antonio Cicero começou na poesia ainda jovem, mas seus poemas só apareceram para o grande público quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, passou a musicar um deles. Desde então, passou a escrever, além de poemas para serem lidos, letras para as melodias que Marina – e, depois, outros parceiros – lhe enviavam. Foi colunista do jornal Folha de S. Paulo de abril de 2007 a novembro de 2010.


Participe dos canais da Itatiaia:

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.