Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Federal (PF) revelou que Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) estão ensinando membros da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) a manusearem armas de fogo de alto poder de destruição. Na terça-feira (10), três pessoas foram presas. As informações são do portal UOL.
Os artefatos seriam usados em ataques conhecidos como “novo cangaço” ou “domínio de cidades” - quando criminosos aterrorizam cidades, com violência e armas pesadas, para roubar bancos, caixas eletrônicos, carros-fortes e transportadoras de valores.
Em um dos vídeos obtidos pelos investigadores, Otávio de Magalhães, que tem registro como CAC, aparece explicando para dois integrantes do PCC (Elaine Garcia, apontada como a chefe do ‘novo cangaço’ e seu companheiro Delvane Lacerda, o “Pantera”) como usar um fuzil.
Nas imagens, Elaine aparece atirando com o auxílio de uma mira telescópica. Assim que acerta o alvo, a criminosa é elogiada. “Acertou! Olha lá a precisão da mulher atirando! Eita, porra, quem vai aguentar nós [sic] nesse mundo, ó! Atiradora de elite! Nossa, mano! De novo!”.
Pela legislação brasileira, os CACs têm permissão para comprar legalmente armas e munições, mas não podem revendê-las. Otávio de Magalhães, o CAC que aparece nos vídeos treinando os criminosos, foi preso em maio deste ano suspeito de fornecer treinamentos, armas e munições ao grupo. O homem que aparece nos vídeos sendo treinado, Delvane Lacerda, o “Pantera”, também foi detido em maio por suspeita de integrar o grupo.
Veja quem foi preso
Na terça-feira (10), a operação do MPSP e PF prendeu três pessoas:
- Elaine Souza Garcia: Apontada como uma das lideranças do “novo cangaço”, a investigação apurou que Elaine tinha a função de coordenar o tráfico de drogas, a execução de rivais, e o comércio ilegal de armas de fogo e munição. Ela foi presa acusada de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
- Jakson Oliveira Santos (o “Dako”): Um dos criminosos mais procurados do país, “Dako” era quem fornecia armas à quadrilha. Ele foi preso em fevereiro deste ano em uma casa de luxo em Valinhos, no interior de São Paulo, em uma operação do MP e PM. Ele já estava preso, mas na terça foi cumprido um novo mandado de prisão preventiva contra ele.
- Diogo Ernesto Nascimento Santos: o suspeito já havia sido preso por um assalto a banco em Rondonópolis (MT), mas obteve liberdade provisória. Ele deixou de cumprir medidas cautelares e, por isso, teve o pedido de prisão preventiva decretado. Acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa, Diogo é apontado como o responsável pelas finanças do grupo e estava ligado à execuções.
