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Especialista em segurança de voo destaca queda incomum de avião em SP: movimento de ‘parafuso chato’

Avião com 61 ocupantes, 57 passageiros e quatro tripulantes, caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9)

Avião caiu em área residencial com 62 pessoas a bordo

Um avião bimotor caiu em Vinhedo, interior de São Paulo na tarde desta sexta-feira (9). A aeronave, que pertence à VoePass, antiga Passaredo, saiu de Cascavel, no Paraná, com 61 pessoas, sendo 57 passageiros e quatro tripulantes.

A Itatiaia conversou com Deusdedhit Reis, especialista em segurança de voo, disse que a queda do avião “não foi normal”. Em entrevista ao programa Chamada Geral, Reis afirmou que o que aconteceu é um movimento chamado na aeronáutica de parafuso chato. "É uma situação que a aeronave cai, mas o nariz não fica tão embaixo, ficando um pouco abaixo da linha do horizonte e parece mais um giro, como se estivesse em um plano horizontal”, disse o especialista. Ainda de acordo com ele, a situação é extremamente rara de acontecer, tanto em aeronaves menores, quanto em um ATR, modelo do avião envolvido no acidente.

Sobre as causas, Reis disse que ainda é cedo para saber o real motivo da queda. “Quem faz esse tipo de altitude são aviões acrobáticos, preparados para entrar e sair dessa situação. não é comum, mas pássaros, por exemplo, é pouco provável. A colisão com um pássaro ele pode lesionar um dos pilotos, acertar uma hélice, provocar a parada de um dos motores, mas a possibilidade de um animal ter causado isso é bem puco viável”, disse para a Itatiaia.

A Força Aérea Brasileira (FAB) já instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias do acidente.

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Próximos passos

De acordo com o especialista, duas investigações e um levantamento devem ser feitos para identificar as causas.

  1. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) deve levantar as condições operacionais da aeronave. “Eles vão verificar se estava tudo regular com fins de fiscalização pois a ANAC é um órgão fiscalizador”, disse Deusdedhit Reis.
  2. O segundo passo ficaria a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). “Eles irão cuidar da prevenção, levantando alguns fatores. Houve falha mecânica? Falha de operação da aeronave por parte dos tripulantes? Falta de manutenção? Falha no controle de tráfego aéreo? O CENIPA fica responsável por fazer a ‘ação inicial’, colhendo dados do local do acidente, ouvindo testemunhas e vendo a posição dos destroços”, continua. De acordo com Reis, a investigação pode durar, em média, até 18 meses, seguindo a média mundial.
  3. Além dos órgãos aeronáuticos, outra parte importante é a investigação da própria polícia. “Do ponto de vista criminal, a polícia vai abrir um inquérito como se fosse um crime de acidente de trânsito, por exemplo”.

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Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.