A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, principal suspeita de assassinar o namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, chegou a prestar depoimento a polícia dois dias após o corpo do empresário ser encontrado no apartamento onde viviam em Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio de Janeiro, em 20 de maio.
No dia 22 de maio, a polícia ouviu Júlia, mas a liberou por falta de base legal, como explicou o delegado Marcos Buss a GloboNews. Na terça-feira (28), com o avançar das investigações, a Justiça do Rio de Janeiro expediu um mandado de prisão contra a psicóloga. Ela é considerada foragida e segue sendo procurada pela polícia.
Segundo o delegado, durante o depoimento Júlia demonstrou frieza, mesmo ao ser informada que era a principal suspeita do crime. “Eu falei pra ela: ‘Essa história não condiz com a realidade. Você falou que gostava tanto do Luiz Marcelo e eu acabei de falar que ele foi encontrado morto e você é a principal suspeita’. Ela não esboçou uma reação característica, uma reação típica de alguém que é confrontada com essa notícia”, contou.
Buss comenta que percebeu incoerências ao longo da fala da suspeita, mas explicou por que ela foi liberada. “Naquele momento não (tinha base legal para prendê-la). Ela não estava em flagrante e até aquele momento nós estávamos procurando a autoria e entender o que tinha acontecido”, esclareceu.
O delegado também revelou que os investigadores só foram entender melhor a participação de Júlia no crime após ouvir outras pessoas. “Nós ouvimos diversas pessoas naquela mesma data e ao longo do dia foram surgindo diversas informações e fomos reunindo tudo ali. No dia que ouvimos a Julia, inclusive, achamos que ela sequer iria comparecer a delegacia”, disse.
Após ouvir a suspeita, no fim do dia 22, o delegado pediu que a Justiça expedisse um mandado de prisão contra Júlia, o que foi feito no dia 28.
Entenda o crime
Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio.
A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.
Luiz Marcelo e Júlia Andrade no elevador no dia do desaparecimento. Empresário segura prato que investigadores indicam conter “brigadeirão” que o envenenou
O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.
No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.
Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir,
Na última terça-feira (28),
Os investigadores acreditam que a