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Médicos voluntários e bombeiros de SP resgatam mais de 250 animais no RS

Em 16 dias de operação, profissionais também fizeram o resgate de 1.129 pessoas

Médicos veterinários voluntários e bombeiros de São Paulo resgataram 256 animais ao longo de 16 dias de operação no Rio Grande do Sul. O número foi divulgado nesta sexta-feira (17) pela Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP) e conta com os resgates feitos até a quinta-feira (16).

No período, as equipes paulistas também ajudaram no resgate de 1.129 pessoas no estado gaúcho. Até o momento, 154 pessoas morreram em decorrência do desastre no Rio Grande do Sul. Ainda há 98 pessoas desaparecidas.

Em relação ao resgate de animais, o que mais se destacou e comoveu o país foi o do cavalo Caramelo, na quinta-feira (8), em Canoas (RS). Os salvamentos são realizados em conjunto com as polícias locais, mas também contam com o apoio fundamental de veterinários voluntários de São Paulo.

Equipe de resgate chega ao cavalo ‘Caramelo’ nesta quinta-feira (9)

O médico Leonardo Castro é comandante da equipe de voluntários que trabalham no 15º Grupamento de Bombeiros, em Sorocaba (SP). Ele e mais quatro profissionais passaram uma semana no estado gaúcho e participaram do resgate de quase 40 animais, entre cavalos, bois, cães e gatos.

“Ser voluntário é estar de prontidão a todo momento. Às vezes, é o próprio Corpo de Bombeiros que nos chamam, em outras é a gente que se coloca à disposição. Quando soubemos do que estava acontecendo no Sul, não pensamos duas vezes. Foi uma iniciativa nossa”, disse.

O médico é especialista em resgate técnico de grandes animais. Apesar de já ter atuado em outros desastres, como nas enchentes no Espírito Santo e nas queimadas do Pantanal, Castro afirmou que nunca tinha visto um “colapso generalizado de um estado inteiro”, que dificultou os salvamentos e exigiu um nível de preparo ainda maior.

Mais de 250 animais foram resgatados no RS por equipes de voluntários e bombeiros de SP

Resgate de cavalos no 2º andar

Além do cavalo Caramelo, outra ocorrência destacada pelo veterinário foi o resgate de dois cavalos que estavam na escada do 2º andar de um prédio no bairro de Fátima, em Canoas. Os equinos ficaram dois dias no imóvel sendo alimentados pelos moradores, que permaneceram no apartamento com medo de serem saqueados. O caso aconteceu na terça-feira (4).

“A hipótese é que a água foi levando os cavalos até o prédio, que não tiveram outra opção para escapar da enchente a não ser ficar nas escadas”, explicou Castro.

Na avaliação do veterinário, pelo “comportamento imprevisível”, o resgate de animais acaba se tornando mais desafiador do que o de um ser humano. “O animal não entende que estamos ali para salvá-lo. Ele pode desencadear diversos tipos de reações que dificultam o nosso trabalho.”

Cavalo foi resgatado em 2º andar de prédio em Canoas (RS)

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