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Existe idade mínima para criança acessar redes sociais? Especialista responde

Aumento de denúncias de crimes cibernéticos contra menores reforça debate sobre limites e supervisão

Aumento de denúncias de crimes cibernéticos contra menores reforça debate sobre limites e supervisão

A adultização e a violência digital contra crianças voltaram ao centro das discussões nas últimas semanas. Desde a denúncia feita pelo influenciador digital Felca, em 6 de agosto, sobre abusos sofridos por menores na internet, a Safernet registrou mais de 6 mil denúncias de crimes cibernéticos envolvendo crianças – 52% delas feitas após a viralização do vídeo.

Em entrevista à Itatiaia, a psiquiatra infantil Carla Caroline Vieira, professora da Afya Educação Médica, em Montes Claros, explica que não há uma idade ideal para acessar a internet, mas sim etapas de uso e supervisão.

“O cuidado com a criança nas redes sociais é fundamental para o combate ao abuso sexual online. Uma vítima pode ser filmada ou fotografada, o que amplia sentimentos de vergonha, culpa e medo de exposição pública.”, reforça à reportagem.

Ainda de acordo com a especialista, as consequências do uso sem supervisão das redes aparecem na saúde mental. “Podendo evoluir para transtorno de estresse pós-traumático (TEPs), depressão, transtornos alimentares e de autoimagem”, explicou Carla à Itatiaia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso das redes sociais deve ser limitado até, pelo menos, os 11 anos de idade. Confira:

  • Até 2 anos – não é recomendado nenhum tipo de tela (celular, tablet, TV).
  • De 2 a 5 anos – tempo de tela limitado a até 3 horas por dia, sempre supervisionado.
  • De 6 a 10 anos – uso voltado para conteúdos educativos, com limite de até 3 horas diárias e acompanhamento constante.
  • A partir de 11 anos – diálogo aberto sobre regras claras de uso e utilização de ferramentas de controle parental.

Pais atentos

O contador Leonardo Frederico acompanha de perto o uso que a filha, Talita Amado, de 15 anos, faz das redes sociais. “Muitas tecnologias ajudam, mas também podem atrapalhar. Sempre verificamos o que ela acessa e qualquer convite estranho pedimos para não aceitar. Tanto eu quanto a mãe dela monitoramos o tempo todo”, afirmou.

Para Talita, o cuidado é bem-vindo. “Entendo como uma forma de segurança. Uso as redes basicamente para falar com amigos”, conta. Já o vigilante Jaílson Pereira, pai e avô, tem uma visão mais rígida sobre o tema. “Criança não tem que ficar com celular na mão. Tem que brincar de carrinho, de boneca, ser criança. Rede social atrapalha”, opinou.

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Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.