Em meio a maior enchente da história de Porto Alegre, o empresário Daniel Pereira Schulz, de 45 anos, tenta fazer que pode para ajudar quem foi atingido. O gaúcho conta que decidiu arrecadar dinheiro para comprar mantimentos e fazer marmitas para a população mais afetada. Apenas no domingo (5), o empresário, junto com outros voluntários, cozinharam e distribuíram mais de 500 quentinhas em abrigos da capital gaúcha.
“Muita gente saiu de casa e foi para os abrigos para tentar ajudar, só que ficou muita gente para pouco serviço. Então, quem estava indo para esses abrigos ia acabar atrapalhando. Ontem, eu fiquei em casa pensando o que fazer para ajudar e não atrapalhar. Aí tive uma ideia. Tenho alguns grupos de WhatsApp a nível Brasil e mandei um texto por lá. A solidariedade do povo brasileiro foi sensacional. Pessoas que nunca me viram na vida, que eu nunca conversei, começaram a depositar dinheiro na minha conta”, diz.
Daniel conseguiu arrecadar cerca de R$ 3.800. Com esse dinheiro, o empresário comprou os ingredientes e encontrou outros voluntários para ajudá-lo nesta missão.
“Não tem nada organizado, nada planejado. Eu peguei o dinheiro e achei um grupo de um time de futebol que eu jogo que tinham começado a fazer essas marmitas voluntariamente. Entrei em contato com eles, comprei os produtos e fui lá na casa deles. Ontem, nós preparamos 500 quentinhas e 150 cachorros-quentes”, conta.
Apesar de tentar ajudar o maior número de pessoas que consegue, Daniel revela que também teve prejuízos com as enchentes. O empresário é dono de uma distribuidora de alimentos que foi invadida pela água.
“A água tomou conta. Mesmo perdendo tudo que eu tenho na minha empresa, eu estou aqui na luta. Semana que vem, quando a água do rio baixar, a gente vê o que aconteceu. Mas eu tive um pouco de sorte. Eu não quis comprar [todo o estoque] para o mês agora. Eu estava fazendo o pedido para ter mais estoque. Eu tinha lá mais ou menos uns R$ 70 mil, mas ainda tem que ver o balanço, tudo direitinho”, comenta.
Temporal no RS
As regiões mais afetadas pelas chuvas no RS são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari.
O Rio Grande do Sul decretou
A
Como ajudar?
Segundo as autoridades, desabrigados e desalojados que foram acolhidos pela Defesa Civil precisam não só de alimentos, como também de colchões, roupas de cama e banho e também cobertores. Quem mora na região de Porto Alegre pode contribuir presencialmente no Centro Logístico da Defesa Civil Estadual (avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, Porto Alegre).