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Chuvas no RS: Porto Alegre decreta racionamento de água nesta segunda (6)

Das seis estações de tratamento de água, quatro estão com as operações suspensas; temporais já mataram 83 pessoas no Rio Grande do Sul e deixaram quase 130 mil desalojados

Enchente em Porto Alegre-RS

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB-RS), decretou o racionamento de água na capital gaúcha nesta segunda-feira (6). O texto determina que a água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) seja “exclusivamente, para abastecimento e consumo essencial”.

O decreto, publicado no Diário Oficial do Município (DOM), será válido até que o abastecimento de água na cidade volte ao normal. A norma ainda determina que atividades, como “lavagens automotivas, lavagem de calçadas e fachadas, rega de jardins e gramados, salões de beleza, clínicas estéticas, academias, banho e tosa de animais devem ser evitadas de modo a preservar a água disponível para o consumo essencial”.

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No sábado (4), em entrevista à Itatiaia, o prefeito de Porto Alegre afirmou que o abastecimento de água é um dos maiores desafio do município. Das seis estações de tratamento de água da capital gaúcha, quatro estão com as operações suspensas.

“Nós estamos com um problema de água sério porque a maioria dessas bombas que tratam água, elas não tratam a água submersamente. Isso significa que quando o rio está cheio, você tem que desligá-las sob a pena de tudo pegar fogo. Aí você vai levar 10, 15 dias para botar água de nova. Estamos numa governança feroz para botar caminhões pipa em hospitais, em asilos e nas casas geriátricas”, ressaltou.

"É fundamental que não haja desperdício de água. Não dá para desperdiçar um copo de água, neste momento. Tem milhares de pessoas que não têm caixas d'água na cidade. É quase uma determinação do prefeito. Teremos um problema sério de água na cidade de Porto Alegre”, disse Melo.

Temporal no RS

As regiões mais afetadas pelas chuvas no RS são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari. Quase 1 milhão de pessoas estão sem água e 424 mil sem luz.

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em 336 cidades. Segundo a Defesa Civil, as fortes chuvas que atingem o estado gaúcho, desde segunda-feira (29), já afetaram mais de 870 mil pessoas. De acordo com os dados mais atualizados, são 83 mortos, 111 desaparecidos e 129.279 desalojados.

A Marinha do Brasil enviou equipes, embarcações, aeronaves e viaturas para ajudar no resgate. A Força Aérea Brasileira enviou dois helicópteros para resgatar vítimas em cidades isoladas por causa das interdições nas rodovias, como Candelária, por exemplo.

Como ajudar?

Segundo as autoridades, desabrigados e desalojados que foram acolhidos pela Defesa Civil precisam não só de alimentos, como também de colchões, roupas de cama e banho e também cobertores. Quem mora na região de Porto Alegre pode contribuir presencialmente no Centro Logístico da Defesa Civil Estadual (avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, Porto Alegre).

Além de receber doações de vários itens, as autoridades permitem a doação de qualquer tipo de valor em dinheiro. Para permitir a colaboração de pessoas de outras cidades e estados, o Governo do Estado criou uma chave Pix para receber doações. Quem quiser contribuir, pode fazer um Pix para o CNPJ 92958800000138.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.